(Enem/M EC)
Texto 1
XLI
Ouvia:
Que não podia odiar
E nem temer
Porque tu eras eu.
E como seria
Odiar a mim mesma
E a mim mesma temer.
(HILST, H. Cantares. São Paulo: Globo, 2004 (fragmento).
Texto 2
Transforma-se o amador na cousa amada
Transforma-se o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.
(CAMÕES. Sonetos. Disponível em: . Acesso
em: 03 set. 2010 (fragmento).
Nesses fragmentos de poemas de Hilda Hilst e de Camões, a temática comum é
a) o “outro” transformado no próprio eu lírico, o que se realiza por meio de uma espécie de fusão de dois seres em um só.
b) a fusão do “outro” com o eu lírico, havendo, nos versos de Hilda Hilst, a afirmação do eu lírico de que odeia a si mesmo.
c) o “outro” que se confunde com o eu lírico, verificando-se, porém, nos versos de Camões, certa resistência do ser amado.
d) a dissociação entre o “outro” e o eu lírico, porque o ódio ou o amor se produzem no imaginário, sem a realização concreta.
e) o “outro” que se associa ao eu lírico, sendo tratados, nos Textos I e II, respectivamente, o ódio e o amor
Soluções para a tarefa
Alternativa A.
A temática comum entre os poemas de Hilda Hilst e de Camões é a fusão entre "o outro" (a pessoa amada) e o próprio eu-lírico do poema.
O eu-lírico sente que o outro transformou-se nele próprio de tanto amar e desejar.
As outras alternativas estão erradas porque:
b) Na verdade, o eu-lírico afirma que não podia odiar a si mesmo visto que nele estava a pessoa amada.
c) Nos versos de Camões, não há resistência à pessoa amada, como comprova o verso "Transforma-se o amador na cousa amada".
d) Não há dissociação entre o “outro” e o eu lírico, o que há é a junção desses dois seres no imaginário.
e) Na verdade, os dois textos falam de amor. O texto I se refere ao ódio mas para dizer que o eu-lírico não pode senti-lo devido ao amor que sente pelo "outro".
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