A cozinha do infançon
Quen a sesta quiser dormir,
conselhá-lo-ei a razon:
tanto que jante, pense d’ir
à cozinha do infançon:
e tal cozinha lh’ achará,
que tan fria casa non á
na oste, de quantas i son.
Ainda vos en mais direi
eu, que um dia i dormi:
tan bõa sesta non levei,
dês aquel di’ an que naci,
como dormir en tal logar,
u nunca Deus quis mosca dar
ena mais fria ren que vi.
E vedes que ben se guisou
de fria cozinha teer
o infançon, ca non mandou
des ogan’ i fogo acender;
e, se vinho gaar d’alguen,
ali lho esfriarán ben,
se o frio quiser bever.
A cozinha do infanção
Quem quiser dormir a sesta
aconselhá-lo-ei com razão:
tanto que jante bem antes, se pensa ir
à cozinha do infanção:
e tal cozinha lhe parecerá
que casa tão fria não há
de quantas existem no exército.
E ainda mais disso vos direi
eu, que um dia lá dormi:
foi a pior sesta que fiz,
desde aquele dia em que nasci,
como dormir em tal lugar,
onde nunca houve mosca,
no mais frio lugar que já vi.
E vede que (o infanção) se arranjou
por ter cozinha fria,
porque nunca mandou,
este ano, lá acender o fogo;
e, se ganhar vinho de alguém,
ali o esfriarão tão bem,
se quiserem bebê-lo frio.
(PONTE, Pero da. A cozinha do infançon. In: FERREIRA, Maria Ema Tarracha Ferreira (Org.). Poesia e prosa medievais. 3. ed. Lisboa: Biblioteca Lusitana de Autores Portugueses, 1998. p. 98-99.)
1. Como o eu poético descreve a cozinha do infanção?
2. A que acontecimento ocorrido na casa do infanção alude o eu poético?
3. Faça um paralelo entre o texto original e o traduzido. Que diferenças você observa na ordem de colocação das palavras no verso? *•
Soluções para a tarefa
Respondido por
96
Olá, tudo bem?
Vou te ajudar com estas questões.
1. O eu poético do poema A cozinha do Infançon, de Pero da Ponte, caracteriza a cozinha como um lugar frio, o mais frio que ele já conheceu ("ena mais fria ren que vi").
2. O eu poético fala do dia em que foi dormir uma sesta na cozinha do Infançon. Segundo ele, a pior sesta que já teve desde quando nasceu, por causa do frio que lá fazia.
3. Entre o texto original e o traduzido, podemos perceber diferenças que vão além da grafia das palavras, como, por exemplo, a ordem das palavras escritas nos versos. Na forma original, os verbos aparecem no final dos versos, com a ordem das palavras invertida. Já na forma traduzida, alguns versos aparecem na ordem direta (sujeito-verbo-objeto), como no primeiro verso: "quem quiser dormir a sesta" (traduzido) vs. "quen a sesta quiser dormir".
Espero ter ajudado. :)
Vou te ajudar com estas questões.
1. O eu poético do poema A cozinha do Infançon, de Pero da Ponte, caracteriza a cozinha como um lugar frio, o mais frio que ele já conheceu ("ena mais fria ren que vi").
2. O eu poético fala do dia em que foi dormir uma sesta na cozinha do Infançon. Segundo ele, a pior sesta que já teve desde quando nasceu, por causa do frio que lá fazia.
3. Entre o texto original e o traduzido, podemos perceber diferenças que vão além da grafia das palavras, como, por exemplo, a ordem das palavras escritas nos versos. Na forma original, os verbos aparecem no final dos versos, com a ordem das palavras invertida. Já na forma traduzida, alguns versos aparecem na ordem direta (sujeito-verbo-objeto), como no primeiro verso: "quem quiser dormir a sesta" (traduzido) vs. "quen a sesta quiser dormir".
Espero ter ajudado. :)
Perguntas interessantes
Matemática,
8 meses atrás
Química,
8 meses atrás
Matemática,
1 ano atrás
Português,
1 ano atrás
História,
1 ano atrás