Em Triste Fim de Policarpo Quaresma, o protagonista, Major Policarpo Quaresma, é o Patriota, ou nacionalista e ingênuo e Impetuoso que acredita no Brasil acolhedor e amável. Por outro lado o autor, Lima Barreto, sofreu preconceito e, além disso ou por isso sua vida foi marcada por problemas familiares. O livro traz um retrato do contexto histórico e social no fim do século XlX, é uma reflexão sobre o Brasil dos primeiros anos da República em que o autor denuncia vários aspectos da sociedade da época.
A) que denúncias são essas?
B) Considerando a vida do autor, qual era a opiniao do escritor sobre o futudo do Brasil? O desfecho do livro dá uma boa dica sobre a esperança que Lima Barreto nutria pelo futuro. Ele tinha esperança que o pais iria melhorar?
Soluções para a tarefa
INTRODUÇÃO
Nos primeiros anos de República, o Brasil foi governado por militares e era chamado de República da Espada (1889-1894), a ela seguia-se um período caracterizado por presidentes ligados às oligarquias rurais, constituídas por cafeicultores de São Paulo e pecuaristas de Minas Gerais – era a chamada República do café-com-leite (1894-1931). Além da nobreza fundiária, que era o sustentáculo do governo civil, exercia um papel político relevante a burguesia industrial (em formação no Rio de janeiro e em São Paulo), como abordaBosi (2000, p. 303):
(...) assentava-se na hegemonia dos proprietários rurais de São Paulo e de Minas Gerais, regendo-se pela política dos governadores, o "café-com-leite", fórmula que reconhecia à lavoura cafeeira somada à pecuária peso nas decisões econômicas e políticas do país.
Paralelamente, aumentavam as disparidades entre as regiões e entre as diferentes classes sociais. Os antigos escravos, que pouco ou nada haviam conseguido desde a Abolição, que eram marginalizados, e os imigrantes europeus, que chegavam para trabalhar nas lavouras ou nas indústrias recém criadas, eram submetidos a condições de trabalho aviltantes. Em todo o país estouravam revoltas do povo contra o sistema político e sócio-econômico: o nordeste vivia a estagnação econômica, São Paulo era palco de inúmeras greves operárias, e o Rio de Janeiro sofria a revolta da vacina, que foi um protesto do povo, mais contra a opressão do que contra a vacina obrigatória.
Apesar deste quadro histórico, poucos foram os literatos que observaram criticamente a realidade da época, a grande maioria repetia o que se fazia na Europa e cultivava o beletrismo, freqüentando cafés (ponto de encontro dos intelectuais). E buscando prestígio social através da literatura, repetiam-se os padrões da estética parnasiana e simbolista, preocupando-se mais com a maneira de dizer do que com o que havia de ser dito. Desta forma, o que se produziu em literatura pouco ou nada tinha a ver com a realidade social brasileira, criando uma literatura que se convencionou chamar "sorriso da sociedade".
Lima Barreto, fugindo à regra, viu com olhos críticos a realidade nacional construindo uma obra renovadora. O lugar de destaque que ocupa em nossa literatura se deve ao realismo com que apresentou a sociedade carioca do começo do século passado, sobretudo, o povo sofrido dos subúrbios, cuja vida amarga e sem horizontes soube tão bem descrever, como menciona Massaud Moisés (2001, p. 197): "Lima Barreto conhece bem a arraia - miúda, a pequena burguesia, o mundo dos subúrbios: é o ficcionista dos subúrbios, como a crítica tem já assinalado".
Não se limitou a estigmatizar a hipocrisia e a mediocridade arrogante da burguesia nascente. Assim, Carlos Nelson Coutinho (2000, p.116) diz que:
Reagindo contra a herança imediata de Machado, Lima Barreto expressa a sua categórica rejeição do "intimismo" e, ao mesmo tempo, lança as bases de sua luta - solitária na época pela retomada da linha realista no que ela tinha de essencial.
O romance Triste fim de Policarpo Quaresma é a grande contribuição de Lima Barreto para a literatura brasileira. Contextualizado no final do século XIX, no Rio de Janeiro, a obra narra os ideais e a frustração do funcionário público Policarpo Quaresma, homem metódico e nacionalista fanático. A relação de Lima Barreto com a cidade do Rio de Janeiro é uma relação visceral, ele vivia a cidade assim como ela vivia dentro dele. Nesse sentido, a cidade é uma espécie de laboratório para pensar o Brasil, bem como um objeto de reflexão profunda sobre a sociedade brasileira de seu tempo, sobre uma sociedade republicana. É assim que ele vai cunhar uma expressão "botafogano" para identificar aqueles que, mesmo nascendo no Rio de Janeiro, viviam com a cabeça em Paris.
espero ter ajudado com carinho -A