Em sua opinião, o que precisa ser feito para reduzir a dependência do uso de fontes não renováveis de energia?
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As alterações no clima, com estiagens longas e preocupantes, e o compromisso global de redução das emissões de gases de efeito estufa começam a provocar alterações significativas na matriz energética do país. O Brasil, cuja dependência de eletricidade gerada a partir de hidrelétricas já ultrapassou 85%, hoje tem um mix muito maior de fontes renováveis. A energia hidráulica ainda é preponderante, com 60% da geração total, mas a eólica, a solar e, sobretudo, a biomassa aumentam sua participação no parque brasileiro, com o uso de matérias-primas cada vez mais exóticas. O futuro chegou e, atualmente, resíduos agroindustriais e florestais, como cavaco de madeira ou caroço de açaí, e até mesmo dejetos de animais e lixo podem se tornar fonte de energia.
“Perante o mundo, o Brasil já é diferenciado, com geração limpa, mas podemos nos tornar superlimpos. Podemos ser exemplo mundial de matriz neutra em emissões”, diz Luciano Basto, consultor técnico da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Ele ressalta que a melhor forma de não emitir gases é reduzir o consumo, pelo lado da eficiência, e não desperdiçar energia. “Porém, considerando que precisamos aumentar a oferta e que existe o compromisso com baixas emissões, as renováveis são melhores dos que as fósseis. No caso da biomassa, o Brasil é um dos maiores do mundo por ser grande produtor de alimentos, e ela pode ser utilizada por longo espaço de tempo, porque pode ser armazenada”, explica.