Inglês, perguntado por lucasif305601, 8 meses atrás

em seu ponto de vista houve mudança de valores conceito de família no século xxı promovido pelas relações sociais?​

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Respondido por lucascalega2020
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Resposta:

Explicação:

O Estatuto da Família define entidade familiar como “o núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.”

Na modernidade, novas configurações têm surgido, e suscitou-se a discussão quanto à validade desse conceito: por que as relações que fogem ao tradicional não podem ser consideradas familiares? Pensando na visibilidade que essa temática tem ganhado, é completamente possível de ser cobrada como assunto da redação do Enem 2018. Vamos, então, refletir sobre a questão.

Existem hoje casais sem filhos, mães solteiras, pais solteiros, avós criando netos, órfãos, famílias “mosaico” (cujos cônjuges têm filhos fora e dentro da união) e as relações homoafetivas. Esses são apenas alguns dos novos núcleos de convivência da modernidade, que desejam ser considerados núcleos familiares.

Algumas contradições põem à prova a validade da definição de família. O Estatuto da Criança e do Adolescente permite que solteiros, acima de 18 anos, adotem, assim como não define a orientação sexual como fator de restrição. Pelo fato de a união homoafetiva não ser juridicamente reconhecida como uma instituição familiar pelo Estatuto da Família, a adoção por casais homossexuais, por exemplo, acaba sendo dificultada, o que tem sido, pouco a pouco, modificado. Mas, mesmo tendo sucesso no processo, essa configuração não é, pelo Estatuto, considerada uma família, o que é, de certa forma, incoerente.

As mudanças na dinâmica social, a atuação da mulher no mercado de trabalho, a facilidade dos divórcios e maior informatização sobre os direitos das relações homoafetivas corroboram para que as “regras” de convivência familiar sejam modificadas. Além disso, o Judiciário tem aceitado os novos arranjos familiares mesmo sem o respaldo da legislação.

O que muita gente pensa é que a aceitação desses arranjos “acaba com a família tradicional”, sendo que, na verdade, trata-se da mudança do perfil. Como em tantos contextos, as relações sociais se modificam, transformam-se para atender a uma determinada tendência que, naturalmente, é encaminhada ao longo da evolução social; cabe à sociedade discutir em quais sentidos as mudanças são benéficas ou não.

A discussão vai muito além, visto que ainda há a uma concepção de diferença entre laços de sangue e laços afetivos, o que, aparentemente, dá o direito de ditar se determinado núcleo é ou não familiar. É preciso compreender a família como instituição social, sem o preconceito e exclusão por questões de gênero ou opção sexual, por exemplo.

Dados importantes sobre o assunto  

Em 2013, o Conselho Nacional de Justiça definiu que os cartórios brasileiros não poderiam negar a celebração civil de casais homoafetivos. Antes o Supremo Tribunal Federal (STF) só reconhecia a união estável. Com isso, ganhou-se, também, o direito à divisão de bens, em divórcios, à pensão alimentícia e à adoção de filhos pelo casal.

Em 2010, o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou dados que revelam que a família nuclear corresponde a cerca de 50% das famílias brasileiras, taxa inferior à dos anos 1980, quando esta configuração era representada por 66%.

Frequentemente, planos de lei para proibir a adoção de crianças por casais homoafetivos são colocados em pauta ou para determinar que as uniões familiares sejam exclusivamente as compostas pela união entre homem e mulher. Tal fato ocorreu em 2013, 2014 e 2016, tendo sido, nas três as situações, não levados à diante.

Produções que abordam a temática  

Documentário: Em defesa da família (2016)

O documentário brasileiro mostra a rotina de um lar formado por duas mulheres, que estão juntas há mais de 10 anos e têm, juntas, três filhos. Em meio às atividades cotidianas, como em qualquer outro núcleo de convivência, elas enfrentam o preconceito e a tentativa constante de aprovação de leis, por parte das bancadas conservadoras, para que sejam invalidadas as conquistas dos casais homoafetivos em união oficial.  

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