em relação a insconstitucionalização da geografia no brasil
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Resposta:
Geografia Escolar é antiga e figura num contexto mais amplo, que diz respeito não somente ao modo pelo qual a Educação e a Geografia foram incorporadas ao processo de estruturação do Estado brasileiro, como também ao modo pelo qual foram construídas as referências de identidade a partir dos conhecimentos geográficos. Considerando-se as particularidades que caracterizam a produção do espaço brasileiro, o presente artigo apresenta uma breve retrospectiva histórica, para identificar a inserção da Geografia em cada momento da implantação da Educação no Brasil. Nesse sentido, evidencia a relevância da temática antes de sua constituição como campo científico do saber, por estar relacionado ao fornecimento de informações estratégicas sobre o território, bem como ao seu potencial de uso e ocupação. Tais considerações tem o propósito de mostrar: como os conhecimentos geográficos foram incorporados ao longo do tempo em formatos distintos (como saber e como ciência); como estabeleceram referências de estruturação do território; como foram acoplados ao processo de produção deste e nesse contexto, como determinaram o modo pelo qual a Geografia Escolar viria a se constituir no futuro. Essas constatações, por sua vez, fornecem as evidências do processo de formação da identidade a partir da escolarização em geral e como decorrente da Geografia Escolar, em particular. Mostra, ainda, que o discurso geográfico constituiu-se um elemento fundamental na consolidação do sentimento de pátria e principal núcleo divulgador da ideia de identidade pelo espaço por meio da escola, que por sua vez assume a responsabilidade de construir a visão de mundo dos indivíduos, numa espacialização que reifica a forma da dominação estatal: pelo discurso geográfico, aquilo que é estatal torna-se natural; as fronteiras constituem-se acidentes geográficos que qualificam os povos; os conceitos meio, paisagem, ambiente, território, região, tomados de outras áreas de conhecimento, são recontextualizados para se prestar a práticas reificadoras. Assim, evidenciam-se relações entre o processo de formação de identidade e a Geografia, na medida em que o conhecimento geográfico do país constitui-se um dos suportes da história, dando mostras do valor simbólico conferido ao território e ao quadro natural nas representações sobre a nação. Desvelam-se, então, facetas peculiares da identidade, ou seja: se os processos que a constroem referem-se à nação, consolida-se uma identidade nacional; se ao território, manifesta-se a identidade territorial; ou à região, quando ocorre a expressão da identidade regional. Por isso, no caso brasileiro, essas identidades se confundem: se misturam porque são frutos de um mesmo processo. E o discurso geográfico, seja na geografia científica, seja na escolar, reforçam essa particularidade.