Em qual verso do soneto de Camões há um diálogo intertextual com as cantigas de amor?
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Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, justamente choro e rio,
O mundo todo abarco e nada aperto.
É tudo quanto sinto, um desconcerto;
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio,
Agora desvario, agora acerto.
Estando em terra, chego ao Céu voando;
Numa hora acho ml anos, e é jeito
Que em mil anos não posso achar uma hora.
Se me pergunta alguém por que assim ando,
Respondo que não sei; porém suspeito
Que só porque vos vi, minha Senhora.
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As Cantigas de Amor fazem parte do período do Trovadorismo. Com eu lírico masculino, essas trovas expressam (com certa musicalidade, já que esses textos eram recitados junto de música) grande vassalagem amorosa por parte de um eu lírico apaixonado por uma mulher inalcançável (apresentada como ser casto e quase angelical), já que suas classes sociais seriam muito distantes para que pudessem consumar um relacionamento amoroso. A primeira e última estrofe apresentam grande diálogo com as cantigas de amor, já que há a forte ideia de vassalagem amorosa e angústia por uma paixão puramente platônica. O último verso, contudo, pode ser bem classificado como o "gancho" para a intertextualidade. "Minha Senhora" é um vocativo vastamente utilizado no trovadorismo, sobretudo nas cantigas do amor (Dado o português arcaico, o original seria "mia senhora"). Não só na produção de Camões, mas grande parte dos textos que desejam estabelecer uma comunicação com o trovadorismo faz uso desse vocativo.
DanielDNL:
Valeu mano ajudou muito
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