Português, perguntado por slleyzon8737, 1 ano atrás

EM MAIO Já não há mais razão de chamar as lembranças e mostrá-las ao povo em maio. Em maio sopram ventos desatados por mãos de mando, turvam o sentido do que sonhamos. Em maio uma tal senhora liberdade se alvoroça, e desce às praças das bocas entreabertas e começa: “Outrora, nas senzalas, os senhores...” Mas a liberdade que desce à praça nos meados de maio pedindo rumores, é uma senhora esquálida, seca, desvalida e nada sabe de nossa vida. A liberdade que sei é uma menina sem jeito, vem montada no ombro dos moleques e se esconde no peito, em fogo, dos que jamais irão à praça. Na praça estão os fracos, os velhos, os decadentes e seu grito: “Ó bendita Liberdade!” E ela sorri e se orgulha, de verdade, do muito que tem feito! CAMARGO, Oswaldo de. Em maio. In: Quilombhoje. (Org.). Cadernos negros: os melhores poemas. São Paulo: Quilombhoje, 1998. p. 112. No poema, a voz poética (01) contesta o significado atribuído a um relevante fato histórico do discurso oficial. (02) evidencia uma consciência crítica que se rebela em decorrência de uma condição social imposta e consagrada pelos discursos constituídos. (04) canta uma outra liberdade, sonhada e construída pelo cidadão negro. (08) rejeita o ritual da praça por considerá-lo arbitrário e indicador de uma ideologia conservadora e autoritária. (16) desloca-se para um contexto do qual ele será considerado como excluído. (32) nega que senhores e escravos, no mundo de outrora, davam relevância à liberdade conquistada na praça. (64) critica a coisificação consentida do ser negro, ou seja, a sua alienação.

Anexos:

Soluções para a tarefa

Respondido por thaissacordeiro
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Olá.


De acordo com o enunciado, compreende-se que as assertivas corretas são 01 + 02 + 04 + 08 + 64= 79.



Conforme a leitura, podemos afirmar que a assertiva 16 não corresponde com o texto, uma vez que a voz poética não será considerado excluído, pois fala sobre uma liberdade sonhada pelo cidadão negro, e que desta forma, pode ser compreendido como um protagonista.



Já a assertiva 32 também é incorreta, pois em nenhum momento do texto, o autor nega a importância dada por senhoras e escravos para a liberdade. Pelo contrário, no texto, é possível observar a importância dada nesse contexto, em que os personagens citados, gritam "Ó bendita liberdade!".




Espero ter ajudado!




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