Em 2017, o Governo Federal apresentou a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como substituta dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), documento que, a nível nacional, destacava orientações relativas à educação escolarizada.
Em relação à língua portuguesa, por exemplo, ambos materiais norteiam os docentes e equipe pedagógica quanto ao processo de ensino/aprendizagem dos eixos leitura/escrita, análise linguística e oralidade.
Ao analisarmos os documentos, no entanto, percebemos que houve poucas inovações no que se refere às orientações e bases teóricas. Diante disso, leia os trechos dos dois materiais a seguir:
TRECHO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
O Eixo da Produção de Textos compreende as práticas de linguagem relacionadas à interação e à autoria (individual ou coletiva) do texto escrito, oral e multissemiótico, com diferentes finalidades e projetos enunciativos como, por exemplo, construir um álbum de personagens famosas, de heróis/heroínas ou de vilões ou vilãs; produzir um almanaque que retrate as práticas culturais da comunidade; narrar fatos cotidianos, de forma crítica, lírica ou bem-humorada em uma crônica; comentar e indicar diferentes produções culturais por meio de resenhas ou de playlists comentadas; descrever, avaliar e recomendar (ou não) um game em uma resenha, gameplay ou vlog; escrever verbetes de curiosidades científicas; sistematizar dados de um estudo em um relatório ou relato multimidiático de campo; divulgar conhecimentos específicos por meio de um verbete de enciclopédia digital colaborativa; relatar fatos relevantes para a comunidade em notícias; cobrir acontecimentos ou levantar dados relevantes para a comunidade em uma reportagem; expressar posição em uma carta de leitor ou artigo de opinião; denunciar situações de desrespeito aos direitos por meio de fotorreportagem, foto denúncia, poema, lambe-lambe, microrroteiro, dentre outros.
[...]
Da mesma forma que na leitura, não se deve conceber que as habilidades de produção sejam desenvolvidas de forma genérica e descontextualizadas, mas por meio de situações efetivas de produção de textos pertencentes a gêneros que circulam nos diversos campos de atividade humana. Os mesmos princípios de organização e progressão curricular valem aqui, resguardadas a mudança de papel assumido frente às práticas discursivas em questão, com crescente aumento da informatividade e sustentação argumentativa, do uso de recursos estilísticos e coesivos e da autonomia para planejar, produzir e revisar/editar as produções realizadas. [...] Nesse sentido, o manuseio de diferentes ferramentas – de edição de texto, de vídeo, áudio etc. – requerido pela situação e proposto ao longo dos diferentes anos pode se dar a qualquer momento, mas é preciso garantir a diversidade sugerida ao longo dos anos. (BRASIL, 2017, p. 76-80)
TRECHO DOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (PCN)
Ao produzir um texto, o autor precisa coordenar uma série de aspectos: o que dizer, a quem dizer, como dizer. [...]
Espera-se que o aluno coordene sozinho todos esses aspectos. Pensar em atividades para ensinar a escrever é, inicialmente, identificar os múltiplos aspectos envolvidos na produção de textos, para propor atividades seqüenciadas, que reduzam parte da complexidade da tarefa no que se refere tanto ao processo de redação quanto ao de refacção.
[...]
Na escola, a tarefa de corrigir, em geral, é do professor. É ele quem assinala os erros de norma e de estilo, anotando, às margens, comentários [...]
Entretanto, a refacção faz parte do processo de escrita [...] Um texto pronto será quase sempre produto de sucessivas versões. Tais procedimentos devem ser ensinados e podem ser aprendidos.
Nesta perspectiva, a refacção que se opera não é mera higienização, mas profunda reestruturação do texto, já que entre a primeira versão e a definitiva uma série de atividades foi realizada.
Os procedimentos de refacção começam de maneira externa, pela mediação do professor que elabora os instrumentos e organiza as atividades que permitem aos alunos sair do complexo (o texto), ir ao simples (as questões lingüísticas e discursivas que estão sendo estudadas) e retornar ao complexo (o texto). Graças à mediação do professor, os alunos aprendem não só um conjunto de instrumentos lingüístico-discursivos, como também técnicas de revisão (rasurar, substituir, desprezar). Por meio dessas práticas mediadas, os alunos se apropriam, progressivamente, das habilidades necessárias à autocorreção (BRASIL, 1998, p. 76 a 78).
Nesse sentido, analise os trechos lidos quanto à produção textual e discuta em que pontos a BNCC se assemelha ao PCN e inova no que se refere a esse eixo.
Soluções para a tarefa
A Base Nacional Comum Curricular parte de algumas competências , sendo:
- O conhecimento;
- O Pensamento científico, crítico e criativo;
- O repertório cultural;
- A comunicação;
- A cultura digital;
- O Trabalho e Projeto de Vida;
- A argumentação;
- A Autoconhecimento e auto cuidado;
- A empatia e a cooperação;
- A Responsabilidade e cidadania.
As bases nacionais na educação são utilizadas como um mecanismo de mensuração das atividades e da forma como a educação deve ser colocada em prática, tendo a oralidade como uma protagonista nesse processo, pois é a partir dela que a comunicação é realizada.
Dentre essas competências citadas acima, a empatia e a cooperação explicam o processo participativo, onde é importante que todos os indivíduos presentes na educação venham a elaborar questões coletivas para realizar suas tarefas, não apenas as assimilando mas tendo um aprendizado que poderá ser utilizado fora do espaço escolar.
Por isso, quando falamos na prática do ensino nos diferentes campos de aprendizado, é preciso que o educador acompanhe os parâmetros nacionais curriculares, utilizando do material didático e introduza elementos do dia a dia, ou seja, do cotidiano que é comum para seus alunos.