em 2014, com níveis de água superiores ao da Cantareira, que sozinha abastece cerca de 8 milhões de pessoas. Mas nào puderam “socorrer” essa demanda por não estarem interligados. Havendo um período de estiagem natural mais prolongado, como tem ocorrido na Cantareira, a retirada de agua tomou-se mais intensa do que a reposição natural dos estoques, dai o porquê de suas represas estarem secas. A gestão dos recursos hídricos não foi inteligente o suficiente para construir um sistema interligado que equilibrasse demandas e estoques. Se assim o tivessem feito, jamais faltaria água em São Paulo, pois o total de água existente em tomo da RMSP é mais do que suficiente para atender à demanda. Outro fator auxiliar na compreensão da falta d’água em São Paulo refere-se às perdas, que estão entre 27% e 30% de toda a água tratada. Elas advêm, sobretudo, de vazamentos e de captações clandestinas, embora, nesse último caso, apesar da ilegalidade, não há o desperdício, não há perda de fato da água como há nos vazamentos. Alguém a está usando, só que sem pagar. Ainda na dimensão técnica, outro aspecto que nos ajuda a compreender essa situação de escassez que algumas áreas de São Paulo estão enfrentando refere-se ao bombeamento da água dos reservatórios. A sucção do liquido atinge apenas as camadas superiores dos reservatórios, sendo o restante chamado volume morto, fora do alcance das bombas. Mais uma vez a gestão dos recursos hídricos não foi eficiente para prever que, em caso de anos anômalos de menor precipitação, havería a necessidade de se bombearem as camadas inferiores - a previsão de anormalidades climáticas deveria ser considerada em um planejamento de recursos hídricos. A tentativa de corrigir a má gestão da água paulista chegou tarde. Complementarmente, o reúso ganhou espaço no debate com a proposta de reservar a água potável apenas para os usos nos quais ela deve ser realmente limpa e própria para o consumo. Infelizmente, isso só ocorre no meio empresarial e comercial. A Sabesp, empresa de saneamento básico de capital misto, cujo maior acionista é o governo de São Paulo, elabora programas apenas para empresas, mas não para a população em geral, que não recebe água de reúso em seus domicílios. Assim, a mesma água potável que bebemos é a água que usamos para dar a descarga ou para regar plantas, o que toma a economia no ambiente doméstico limitada a ações como o aproveitamento da água de lavagem de roupa ou do quintal. Só resta ao cidadão exercer o seu papel usando a água com racionalidade, inteligência e parcimônia.
(VENTURI. Luís Antonio Bitta. O mito da estiagem de São Paulo. 2014. Federação dos professores do estado de Sao Paulo/Carta Capital. Disponível em: . Acesso em: 7 jan. 2015.)
• Conforme demonstra o texto, não falta água no mundo, mas a repartição é muito desigual. O mesmo ocorre no Brasil. Essa distribuição desigual é indissociável ao tipo climático de cada região. No caso do Centro-Sul do Brasil, abordado no texto, a que fatores os autores atribuem a estiagem?
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A estiagem, os autores atribuíram a um processo natural mais prolongado.
Já os problemas advindos dessa estiagem anômala, os autores colocam a má gestão do serviço público de abastecimento de água como verdadeira culpada, pois não houve planejamento adequado para os tempos de estiagem.
Os gestores não se preocuparam em interligar os estoques para equilibrar demandas e recursos hídricos e até mesmo o sistema de bombeamento do chamado “volume morto” foi negligenciado pelo governo e seus responsáveis, colocados a frente da situação para planejar, desenvolver e implantar sistemas eficientes para épocas de alta demanda e baixos índices pluviométricos.
Já os problemas advindos dessa estiagem anômala, os autores colocam a má gestão do serviço público de abastecimento de água como verdadeira culpada, pois não houve planejamento adequado para os tempos de estiagem.
Os gestores não se preocuparam em interligar os estoques para equilibrar demandas e recursos hídricos e até mesmo o sistema de bombeamento do chamado “volume morto” foi negligenciado pelo governo e seus responsáveis, colocados a frente da situação para planejar, desenvolver e implantar sistemas eficientes para épocas de alta demanda e baixos índices pluviométricos.
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