Em 1987, a crítica e curadora de arte Aracy Amaral conclamou os intelectuais e artistas a divulgarem a produção cultural brasileira, apesar das permanentes crises políticas e econômicas vividas no país. Segundo ela, essa seria talvez a única forma para que a cultura não permanecesse eternamente no limbo da “perfumaria da sociedade” (AMARAL, 2006, p. 42). Analise o panorama cultural brasileiro do período (década de 1980) e seus antecedentes e explique porque ela se manifesta desta forma com relação ao papel desempenhado pela cultura no país. Em seguida, discuta se na atualidade a cultura brasileira ainda permanece sendo considerada como “perfumaria”. AMARAL, Aracy. Textos do Trópico de Capricórnio. Vol. 3 São Paulo: Ed. 34, 2006.
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Na década de 1980 o Brasil vivia a redemocratização, de modo que a cultura voltava, aos poucos, a adquirir total liberdade de expressão e a política voltava a ser uma "tarefa", um dever, dos cidadãos, de modo que cabia à cultura (e aos artistas) não apenas agir como a "perfumaria" (algo que não é necessário, é apenas um acessório) mas sim agir de modo a mudar a realidade social brasileira e construir um país plural.
Nos dias atuais a cultura parece ter voltado aos hábitos da "perfumaria", de modo que não mais tem o papel político forte que Aracy Amaral atribuía, sendo mais uma fonte de distrações que de organização política e social (portanto, uma espécie de "perfumaria", algo supérfluo.
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