em 1920, depois de ter publicado livros como A máquina do Tempo, O homem invisível e A guerra
Soluções para a tarefa
Em 1920, depois de ter publicado livros como AMáquina do Tempo, O Homem Invisível e A Guerrados Mundos, o escritor inglês H. G. Wells publicou TheOutline of History (Esboço de uma História Universal).No mesmo ano, o historiador Marc Bloch escreveu umalonga resenha sobre essa obra, da qual foram destacadasas passagens a seguir.Diante de um livro semelhante, duas atitudes sãoadmissíveis. Pode-se se dedicar a apontar um a um oserros dos detalhes – eles existem. [...] Ou, tomando-oabsolutamente pelo que ele é e pelo não poderia ser, ouseja, uma obra tecnicamente imperfeita de um homem muitointeligente, pode-se procurar retirar dela as ideias mestrase evidenciar as tendências do espírito que ela revela.O trabalho crítico que está na base de nossaspesquisas evidentemente lhe é completamente estranho.Infelizmente sua obra está viciada por um defeito muitograve. Sua atitude diante do passado que ele examina comtanto ardor não é nunca a de um homem de ciência; porqueo homem de ciência procura conhecer e compreender;ele não julga. O Sr. Wells julga sem parar. [...] Pode-se serimpunemente filho desse país onde desde séculos todosos movimentos liberais ou revolucionários são tingidos depuritanismo, onde quase tudo o que se fez de grande saiu dopregador? [...] Ele podia ser historiador. Cedendo a não sei queinstinto hereditário, frequentemente ele foi apenas pregador.A argumentação de Marc Bloch reporta-se a importantesquestões relacionadas ao conhecimento histórico. Deacordo com as ideias expostas nesses fragmentos, arazão que levava Marc Bloch a não reconhecer valor deobra histórica ao Esboço de uma História Universalpode ser atribuídaA aos abundantes recursos criadores do romancista,que levavam a imaginação a substituir o conhecimentodos fatos resultantes da pesquisa nos arquivos.B à ausência de procedimentos que poderiam assegurara objetividade da exposição e controlar a interferênciada formação cultural do autor.C ao combate que naquele momento a historiografiaacadêmica travava com seu principal opositor, oensaísmo histórico praticado pelos ingleses.D à recusa de uma prática diletante, que se fundava emopiniões pouco autorizadas e concentrava a atençãonos eventos políticos e militares.E à aplicação inadequada do método histórico na críticainterna e externa dos documentos, o que poderia terevitado os erros factuais da obra.
#ENADE
O desenvolvimento da ciência histórica é um interessante tema de pesquisa, e ajuda a compreender como chegamos a construir certos conhecimentos nesta área. Veja:
A aos abundantes recursos criadores do romancista,que levavam a imaginação a substituir o conhecimento dos fatos resultantes da pesquisa nos arquivos.
Falso. O que leva ao desvio da formalidade histórica e do alcance de uma certa objetividade, é a ausência de métodos. A riqueza imaginativa do autor não é justificativa para o abandono de fatos verificáveis em arquivos e pesquisas várias.
B à ausência de procedimentos que poderiam assegurara objetividade da exposição e controlar a interferência da formação cultural do autor.
Correto. Essa crítica é feita por Marc Bloch e outros historiadores. É importante que se busque sempre a objetividade, para que o autor não possa interferir de maneira profunda na manipulação de fatos históricos.
C ao combate que naquele momento a historiografia acadêmica travava com seu principal opositor, o ensaísmo histórico praticado pelos ingleses.
Falso. A historiografia não realizava embates com o ensaísmo histórico, uma vez que muitos ensaístas eram excelentes historiadores.
D à recusa de uma prática diletante, que se fundava em opiniões pouco autorizadas e concentrava a atenção nos eventos políticos e militares.
Falso. A crítica é à ausência de método, e não necessariamente à postura ideológica do autor.
E à aplicação inadequada do método histórico na crítica interna e externa dos documentos, o que poderia ter evitado os erros factuais da obra.
Falso. Basta entender que por método, o que se quer aceitar é um procedimento científico exato, com base numa dada racionalidade matemática. Quando Bloch fala de método, ele está falando de objetividade interpretativa.