elementos que caracterizam a sociedade medieval e que são originários dos povos germânicos
Soluções para a tarefa
No estudo da passagem da Antigüidade para a Idade Média estamos acostumados a assinalar o processo das invasões bárbaras como o grande marco inicial do mundo medieval. Dessa forma, temos a enganosa impressão de que tal fato histórico gerou um fenômeno de substituição dos costumes dentro da Europa. Em outros termos, a cultura da civilização romana morreria para dar lugar aos “rudimentares” costumes dos povos bárbaros.
Contrariando tal idéia, podemos assinalar claramente como existem algumas permanências de origem clássica e germânica que subsistem em meio às profundas transformações da Idade Média. Dessa maneira, podemos ver que o consolidado ideal renascentista que coloca a Idade Média como o momento de interrupção da cultura greco-romana, pode ser observado em outra perspectiva.
Entre os germânicos podemos notar a questão do individualismo como uma das bases de sua cultura política. Os clãs guerreiros tinham grande autonomia e, em épocas de paz, não havia nenhuma lei que pudesse estar acima da responsabilidade que o indivíduo tinha sobre os seus atos. Dessa maneira, cada chefe familiar tinha autoridade para estabelecer as leis submetidas à sua família. A maior experiência de organização política observada entre os germânicos se dava durante a formação do comitatus.
O comitauts era um tipo de organização política temporária que se empreendia durante a ocorrência de alguma guerra ou conflito. Um chefe guerreiro era designado para comandar um grupo de soldados organizados contra a invasão de um outro povo guerreiro. Nesse acordo, o chefe do grupo militar prometia defender o interesse de seus comandados. Em troca, os comandados prometiam obedecer às decisões do chefe guerreiro. Esse tipo de relação social instituída pela lealdade influenciou na criação das relações de servidão; e susserania e vassalagem, presentes na Idade Média.
A economia dos povos germânicos também estabeleceu uma série de práticas que foram desenvolvidas no interior dos feudos. A produção de riquezas era concentrada no uso das terras cultiváveis. A produção agrícola, o pastoreio e a caça eram as principais atividades desenvolvidas. A lógica da produção não era voltada para o acúmulo, mas para a subsistência da população local. O comércio era feito em baixa quantidade, sendo a grande parte feita a partir de trocas naturais.