É tempo!
Mas é tempo de tornar àquela tarde de novembro, uma tarde clara e fresca, sossegada como a nossa casa e o trecho da rua em que morávamos. Verdadeiramente foi o princípio da minha vida; tudo o que sucedera antes foi como o pintar e vestir das pessoas que tinham de entrar em cena, o acender das luzes, o preparo das rabecas, a sinfonia... Agora é que eu ia começar a minha ópera. “A vida é uma ópera”, dizia-me um velho tenor italiano que aqui viveu e morreu... E explicou-me um dia a definição, em tal maneira que me fez crer nela. Talvez valha a pena dá-la; é só um capítulo.
(Machado de Assis. Dom Casmurro, 1995.)
Neste excerto do romance machadiano, que corresponde ao capítulo VIII, evidencia-se
a) uma digressão, por meio da qual o narrador assinala que tudo que narrou até então é um passado que condena e que pretende realmente esquecer.
b) um metadiscurso, por meio do qual o narrador, além de fazer reflexões sobre sua vida, sinaliza ao leitor os encaminhamentos da construção da narrativa.
c) um elogio, por meio do qual o narrador faz apologia a um estilo de vida assemelhado a uma ópera, como um grande evento de arte e realização pessoal.
d) um ensinamento, por meio do qual o narrador recomenda ao leitor que passe a viver a vida intensamente, em especial no que ela oferece de melhor.
e) uma autocrítica, por meio da qual o narrador se revela ressentido com a falta de coisas de seus tempos pretéritos, como a casa em que morava.
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Resposta:
item (d)
Explicação:
porque temos que aproveitar tudo de bom que a vida nós oferece
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