E hoje como está a nossa comunidade como movimento religiosa
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RESUMO
O objetivo deste artigo é enfocar a questão das formações comunitárias no contexto dos novos movimentos religiosos, tratando especificamente do Movimento Raeliano, em cujo cenário se imbricam valores individualistas de uma religião do self de perfil Nova Era e as formações comunitárias possíveis e impossíveis nesse contexto específico. Tomando a família como via de análise da relação indivíduo e comunidade, o artigo discute a maneira como o projeto religioso raeliano, que pauta o indivíduo como valor e que rejeita a configuração familiar cristã, dissolve-se não na ausência de formações comunitárias, mas na modelagem de agregações comunitárias mais voláteis, menos coesas, porém não menos complexas e viáveis enquanto comunidades transnacionais mediadas pelos veículos de comunicação de massa.
Palavras-chave: novos movimentos religiosos, formação de comunidades, família, mediação, mídia de massa.
ABSTRACT
This article focuses on the question of how communities are formed in the context of new religious movements, specifically the Raelian Movement, a religious group in which individualist values typical of a New Age self religion merge with both possible and impossible community formations. Identifying the family as a key element in the analysis of the relation between individual and community, this article discusses how the Raelian religious project – which takes the individual as a value and strongly rejects the Christian familiar configuration – is dissolved not in the absence of community formations, but in the shaping of community assemblages that are more volatile and less cohesive, but no less complex and viable as transnational communities mediated by the mass media.
Keywords: new religious movements, making of communities, family, mediation, media.
Em seu estudo do movimento antisseitas na França, Birman (2005) discute a conjugação de interesses e ações integradas que reúne o governo francês, as famílias francesas e a igreja católica francesa na proteção ao cidadão e ao Estado nacional. A rejeição pelo Movimento Raeliano a um projeto comunitário unificado, em sua ampla defesa do indivíduo como cerne de seu projeto religioso, não soluciona o problema da ameaça social que dele advém para a sociedade francesa nesse cenário de tensões, mas acaba por criar uma nova dimensão de risco: o sucesso da articulação entre seitas e individualismo. Dois perigos passam então a ocupar o campo de preocupações em torno das seitas: o risco à comunidade e o risco do individualismo.