Português, perguntado por jess1carafaela, 1 ano atrás

DUZENTAS GRAMAS (leia o texto e responda)
Meu amigo Hélio, que é pai do Arthur e diz sonoramente trêss e déss (ao invés de, digamos, “trêis” e “déis”) fica
indignado quando peço na padaria duzentas gramas de presunto – quando a forma correta, insiste ele, é “duzentos”
gramas. Sempre que acontece e estamos juntos acabamos discutindo uns dez minutos sobre modos diferentes
de falar. Ele de praxe argumenta que as regras de pronúncia e ortografia, se existem, devem ser obedecidas – e
que os mais cultos (como eu, um cara que traduz livros!) devem insistir na forma correta a fim de esclarecer e
encaminhar gente menos iluminada, como supõe-se seja a moça que me vende na padaria o presunto e o queijo.
Eu sempre argumento que quando ele diz que só existe uma forma correta de falar está usurpando um termo
de outro ramo, e tentando aplicar a ética à gramática: como se falar “corretamente” implicasse em algum grau
de correção moral; como se dizer “duzentas” gramas fosse incorrer numa falha de caráter e dizer “duzentos"fosse prova de virtude e integridade. [...]

Segundo o texto, é possível afirmar que
(A) o autor do texto, apesar de admitir o uso de “duzentas
gramas”, afirma que há formas incorretas de
pronunciar palavras como “três” e “dés”.
(B) a forma correta a que o autor se refere tem como
parâmetro a linguagem coloquial e não a norma culta
padrão da língua portuguesa.
(C) há formas de se expressar que não devem existir,
principalmente em contextos sociais como o que foi
retratado pela crônica.
(D) a expressão que dá nome à crônica faz parte da
oralidade do autor e implica, também, questões de
prestígio social.
(E) há uma incongruência na afirmação da personagem
Hélio, pois o que ele afirma não acontece na
vida real.

Soluções para a tarefa

Respondido por Renatoryu
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A Resposta correta é a (A), teve na prova da ETEC do ano passado e acertei.


jess1carafaela: vlw, vou fazer esse ano e estou estudando as antigas
Respondido por jalves26
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Segundo o texto, é possível afirmar que :

(D) a expressão que dá nome à crônica faz parte da  oralidade do autor e implica, também, questões de  prestígio social.

> O título da crônica é "Duzentas gramas", que remete à forma como o autor do texto fala.

Segundo o amigo do autor, essa forma ("duzentas") está errada, pois "grama" é um substantivo masculino, logo o correto seria "duzentos gramas".

O autor discorda disso, pois é uma expressão que faz parte da oralidade do autor e implica questões de  prestígio social, pois as pessoas que possuem escolaridade menor costumam falar assim, e acabam sofrendo preconceito por isso.

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