Diz-se geralmente que a negra corrompeu a vida sexual da sociedade brasileira (...). É absurdo responsabilizar- -se o negro pelo que não foi obra sua (...), mas do sistema social e econômico em que funcionaram passiva e mecanicamente. Não há escravidão sem depravação sexual. É da essência mesma do regime. (...) Não era o negro (...) o libertino: mas o escravo a serviço do interesse econômico e da ociosidade voluptuosa dos senhores. Não era a ‘raça inferior’ a fonte de corrupção, mas o abuso de uma raça por outra. (FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 372 e 375.) Considerando o texto, é correto afirmar que a degradação moral da sociedade açucareira do Nordeste brasileiro tinha como eixo A a estrutura frágil da Igreja colonial e seu reduzido trabalho na disseminação dos valores cristãos. B as relações de poder entre a metrópole e a colônia, desfavoráveis a essa última quanto aos preços dos seus produtos. C a complexa formação étnica da sociedade açucarei- ra, misturando raças em detrimento dos costumes portugueses. D a natural corrupção do ser humano, que jamais en- contra limites, seja na Igreja ou polícia, para a ex- pressão dos instintos. E as relações sociais de produção presentes nas es- truturas do engenho açucareiro, base da ordem so- cial colonial.
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As relações de poder em hierarquia desigual, no caso raciais, fazem com que existam abusos do dominador sobre o dominado.
A negra não era depravada, mas sim o branco, senhor de engenho, que sentia que podia abusá-la por ela ser considerada nada mais que um objeto. A sociedade brasileira é fruto de abusos normalizados, que ainda são perpetrados até hoje.
A alternativa correta é a D – as relações sociais de produção do engenho açucareiro, base da ordem social colonial.
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