Discorra sobre como ocorre, no Brasil, a transformação de problemas sociais em problemas públicos, procurando enfocar, nesse particular, a importância da mídia nos processos de construção das políticas de segurança.
Soluções para a tarefa
Diferenças socioeconômicas
O crescimento da desigualdade social e a vergonhosa concentração de renda, em poder de uma minoria, promovem um cenário de acentuada violência.
As maiores vítimas das violências e homicídios não são os ricos, mas os pobres e excluídos. Os privilegiados economicamente sempre podem contratar seguranças particulares, encerrar-se em condomínios de luxo protegidos ou transferir a família para Miami (...)
Na sociedade brasileira é visível a desigualdade social e econômica, que é bastante acentuada pela televisão. A televisão é a responsável pela enorme indução de desejos nas pessoas, proporcionando-as diversos sonhos de consumo, por exemplo, vestuários, veículos, utensílios, etc. Sendo que, muitas destas coisas encontram-se fora do alcance de uma grande parcela da população brasileira.
Fundamentadas em pesquisas Cárdia e Schiffer afirmam “que a desigualdade no acesso a direitos alimenta a violência”. Geralmente as comunidades mais afetadas pela violência têm em comum a “superposição de carências”.
A ilegalidade no Brasil, não para de ser potencializada através do desemprego e pela ausência de renda.
O crime organizado utiliza-se dos excluídos para manter e ampliar suas ações ilegais, ocupando o lugar do Estado nas favelas, criando seus exércitos e suas leis que protegem o tráfico. Como vem corroborar Soares no Seminário Nacional Sobre Violência Urbana e Segurança Pública ao afirmar que:
(...)o tráfico opera no recrutamento de jovens, jovens excluídos, jovens pobres, sobretudo do sexo masculino. Trata-se de rapazes sem perspectivas de integração ao mercado de trabalho, sem esperança (...). Quando o tráfico oferece ao menino uma arma, dá a ele não apenas um instrumento de operação econômica, mas um instrumento de constituição subjetiva de afirmação de si mesmo, de recuperação da sua visibilidade, de imposição de sua presença social. Esse menino pobre das metrópoles brasileiras, em geral negro, que não encontrou acolhimento na estrutura familiar(...)não foi acolhido pela escola ou pela comunidade. A sociedade passa por ele como se fosse transparente(...) No entanto, quando porta uma arma, esse não-ser adquire presença, torna-se capaz de paralisar o seu interlocutor pelo medo, de fazer com que o transeunte pare na frente dele, reconhecendo-o, afinal de contas, como um sujeito.(...) A sua vida será breve, terminará aos 24, 25 anos, mas, enquanto viver, não será mais invisível. (...) Se o Poder Público dispuser-se, portanto, a enfrentar o problema da cooptação dos jovens pelo tráfico, terá de oferecer-lhes ícones de autoestima pelo menos equivalentes à satisfação pela posse de uma arma. Este é o desafio.
A sociedade brasileira está dividida em massas miseráveis e em oligarquias riquíssimas, e com o incentivo da televisão, sobre este fato, é presente um número enorme de frustrações entre as pessoas.
O Brasil recebe o título de uma das sociedades mais desiguais do mundo, pela razão de se encontrar um índice extremo de miséria e riqueza. Isso pode ocasionar e gerar muitos roubos. Como vem corroborar Chesnais (2006):
A sociedade brasileira é uma das mais desiguais, uma das mais estratificadas que existem. Aqui se encontra a mais extrema pobreza ao lado da mais fabulosa riqueza. Continua sendo o país dos privilégios, pois a recessão econômica diminuiu a mobilidade social. O excesso de riqueza ostentada é vivido por muitos como uma provocação, daí a tentação do roubo e do dinheiro fácil.
Esses fatores podem chegar a levar o necessitado de dinheiro e prazer a causar roubos.
Hoje em dia a violência não é mais um ato de violência de um indivíduo sobre outro, a violência é o resultado de um sistema social que proporciona oportunidades, mas não permitindo igualdade entre seus membros.