desenvolvimento do capitalismo europeu do século XIX.
Soluções para a tarefa
Vou deixar a minha prova de história contemporânea aqui, acho que pode ajudar.
Ao pensarmos a transição do antigo regime para a modernidade republicana podemos levar em conta diversos elementos. Primeiramente as duas grandes revoluções de cunho político e econômico: a revolução liberal francesa e a revolução industrial inglesa, respectivamente. Esses são apenas dois marcos que, apesar da grande importância, compõe uma vastidão de elementos que contribuíram para uma enorme mudança no comportamento de toda sociedade ocidental. Por esse motivo fica extremamente difícil da uma data específica para a chegada da modernidade, esta se deu em várias áreas, seja na política ou na economia, como já ditas, mas também nas áreas de conhecimento, na consciência coletiva, na geopolítica e em muitas outras esferas que constituem a vida social. Para termos um exemplo de como tal transformação é muito difícil de ser identificada no tempo, podemos olhar para a ciência política, que até atualmente não há consenso em quem fora o responsável de uma transição para uma disciplina dita moderna. Seja Maquiavel ou Hobbes, A transformação é inegável e consensual na intelectualidade que analisa esse grande mudança de paradigmas e da realidade material em que estamos inseridos.
Irei tratar dessa revolução a partir da ótica materialista dialética, sendo assim, utilizarei parte da argumentação de Eric Hobsbawm e do próprio consagrador do método: Karl Marx. Para tal, o aspecto econômico de transformação é importantíssimo para compreender a reforma política. A começar com o que possibilitou a revolução industrial e, consequentemente, o que Marx chama de acumulação primitiva do capital, a teoria marxista propõe que a natureza humana está intrinsecamente interligada com o trabalho e, portanto, a transformação da natureza a partir deste, tende a se expandir sempre que possível. No caso da revolução industrial inglesa, tudo começou com o invento da máquina de tecer, fazendo com que fosse possível produzir uma quantidade de tecido muito maior em uma mesma quantidade de tempo. Então, de acordo com a natureza de nossa humanidade, alguns detentores de quantidades suficientes de dinheiro, ainda não denominado capital, decidem investir e comprar um grande número de máquinas de tecer e as concentrando em um mesmo local, recrutando trabalho assalariado para operar as máquinas e, depois de produzidos os tecidos, exportá-los. O governo britânico, presenciando o potencial econômico e produtivo de tal configuração de trabalho, começa a apoiar a nova classe em ascensão concedendo-lhes pastos para o cultivo de lã, onde antes viviam camponeses, e, por esse motivo, mão de obra barata. Esse processo, denominado por Marx de “acumulação primitiva do capital”, junto do posterior invento da máquina a vapor, foi o que possibilitou o surgimento da burguesia industrial, classe motora dessa grande transição que estamos tratando. Podemos notar, também, que aqui é realizado um grande choque cultural referente às relações de trabalho em que os indivíduos estão inseridos. Antes o trabalhador realizava seu trabalho em domicílio, de acordo com uma disposição hierárquica entre mestre artesão e aprendizes, toda a elaboração do produto era realizada por uma pessoa, com os meios de produção que lhe pertenciam e, por ser relativamente autônomo, o dinheiro conquistado derivava de suas próprias vendas. Agora o trabalhador está sujeito a jornadas de trabalho e salários fixos e, também, é alienado dos meios de produção, podendo colaborar com apenas uma parte do processo de transformação.
Sendo totalmente revolucionadas as relações de trabalho, graças aos novos meios de produção, a burguesia surge e possui inúmeros ideais e interesses conflitantes com o antigo regime. A nobreza e o clero controlavam o Estado, pois eram as classes dominantes de sua época, sendo assim, impunham direitos e deveres à população que condiziam com a lógica de exploração por parte de seu domínio. Tais regulamentações impossibilitavam o desenvolvimento pleno da burguesia, apesar de certos Estados nacionais colaborarem para o enriquecimento da nova classe, como o Estado britânico. O estopim de todos esses ideais conflitantes se deu na revolução liberal francesa, que aqui utilizarei a nomenclatura marxista de “revolução burguesa”, reforçando o aspecto de classe do evento.