Desafio
Os períodos do pensamento filosófico são, normalmente, concentrados em determinadas questões que parecem ser paradigmas para o próximo período. Assim, se na Grécia Antiga o paradigma a ser superado era a crença na mitologia acima da crença no uso da razão, no período seguinte, na medievalidade, a razão se torna algo a ser instrumentalizado de acordo com o argumento de teológico. Dessa forma, por exemplo, surgem pensadores que unem tanto a filosofia grega quanto a teologia a fim de se comprovar, ou mesmo justificar, a existência de Deus. O mesmo se observa na modernidade a partir de seu início com a substituição do teocentrismo pelo antropocentrismo. Nas áreas das ciências humanas, sabe-se que não basta ter um argumento; a sua validade é verificada de acordo com a sustentação teórica desse mesmo argumento. Portanto, para se cunhar uma tese filosófica, o pensador deve ser capaz de conseguir sistematizar um pensamento de modo que consiga superar os paradigmas problematizados outrora, em outro período. Agora, você é o pensador. Sua tarefa consiste em traçar um argumento, com base nos conhecimentos adquiridos nesta Unidade de Aprendizagem, que seja capaz de recobrar alguma das questões centrais que representam algum período do pensamento filosófico, tal como visto até aqui.
Soluções para a tarefa
Os períodos da filosofia onde tentavam conciliar verdades filosóficas com verdades da fé, foram chamados de patrística e escolástica.
Filosofia e a existência de um criador
Dentro da filosofia existiram diversos períodos em que os pensamentos filosóficos estavam voltados para a defesa da fé em relação a razão, ou seja, seus pensadores buscavam conciliar de forma racional a existência de um criador com o criador bíblico. Como por exemplo Santo Tomás que usava os argumentos Aristotélicos em favor da existência de uma causa primeira.
O argumento de Aquino e Aristóteles poderia ser usado da seguinte forma:
- Tudo que vem a existir vem de algo que já existe;
- O nada absoluto nunca existiu;
- Por isso, nada pode vir do nada;
- Se retrocedêssemos infinitamente em causas e efeitos, não haveria uma causa primeira para fazer o efeito existir;
- Mas todo efeito depende ontologicamente da causa;
- Logo, é necessário que exista uma causa primeira, eterna e incausada;
- Conclusão: Essa causa é o que chamamos de Deus.
O argumento parte da observação de que no mundo as coisas são causadas, para então concluir que se não houvesse uma causa primeira e eterna não seria possível sequer haver uma sequência causal no mundo. Como as coisas no mundo são causadas, deve existir uma causa eterna e não causada que analogamente é chamada de Deus.
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#SPJ1
Dessa forma, cabe à razão investigar, refletir e chegar a conclusões acerca do que acontece na realidade ou de que forma a realidade se relaciona a algo metafísico, desde que seja sustentado por um argumento portador de sentido racional.