“Depois de um bom jantar: feijão com carne-seca, orelha de porco e couve com angu,
arroz-mole engordurado, carne de vento assada no espeto, torresmo enxuto de toicinho da
barriga, viradinho de milho verde e um prato de caldo de couve, jantar encerrado por um prato
fundo de canjica com torrões de açúcar, Nhô Tomé saboreou o café forte e se estendeu na rede.
A mão direita sob a cabeça, à guisa de travesseiro, o indefectível cigarro de palha entre as
pontas do indicador e do polegar, envernizados pela fumaça, de unhas encanoadas e longas,
ficou-se de pança para o ar, modorrento, a olhar para as ripas do telhado. Quem come e não
deita, a comida não aproveita, pensava Nhô Tomé… E pôs-se a cochilar. A sua modorra durou
pouco: Tia Policena, ao passar pela sala, bradou assombrada:
— Êêh! Sinhô! Vai drumi agora? Não! Num presta…Dá pisadêra e póde morrê de ataque
de cabeça! Depois do armoço num far-má… mais despois da janta?!”
Cornélio Pires. Conversas ao pé do fogo. São Paulo:
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1987.
1. Após observar a fala da personagem Tia Policena, indique se elas têm
características rurais ou urbanas. Explique.
2. Podemos dizer que nessa fala há marca da língua oral? Cite exemplos.
3. Qual o significado da expressão grifada em “A mão direita sob a cabeça,
à guisa de travesseiro...”
4. Explique o provérbio: “Quem come e não deita, a comida não aproveita”.
Você concorda com ele?
5. Qual o tema do texto?
batebessamae:
dormir de barriga cheia faz mal quem? opiniões argumentos
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Resposta:
1) o jeito que ela fala não contém gírias que geralmente alguém da cidade falaria, mas tem alguns erros de português.
2) sim." tia Policena, ao passar pela sala, bradou assombrada." "
3) ele estava usando a mão como travesseiro.
4) ai fala que se não deitar ou dormir, não aproveita a comida, porque não há como usufruir de algo que você não consiga comer em paz.
5) a refeição, e o falho descanso que Nho Tome tentou ter.
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