História, perguntado por mrodriguesvlog2235, 11 meses atrás

Depoimentos:7 - “Eu lavava roupa… Passei toda a guerra com uma bacia. Lavávamos na mão. Os blusões, as guimnastiorki [ camisa leve e larga, presa na cintura por um cinto com fivela, ]… Traziam a roupa, estava gasta, cheia de piolhos. Os aventais brancos, de camuflagem, esses tinham sangue de ponta a ponta; não eram mais brancos, e sim vermelhos. Ou pretos pelo sangue velho. Não dava para lavar no primeiro enxágue — a água saía vermelha ou preta… Era guimnastiorka sem manga, com um buraco no peito todo, calças sem uma perna. Lavávamos com lágrimas e enxaguávamos com lágrimas. Montanhas e montanhas de guimnastiorki… Casacos acolchoados… Como me lembro, até hoje me doem as mãos. No inverno os casacos eram pesados, o sangue neles congelava. Várias vezes ainda sonho com esses casacos … Uma montanha preta…”Maria Stiepánovna Detkó, soldado, lavadeira8 - “Minha especialidade… Minha especialidade eram cortes masculinos… Chegou uma garota… Eu não sabia como cortar o cabelo dela. Tinha uns cabelos exuberantes, ondulados. O comandante passou no abrigo: ‘Faça um corte de homem.’‘Mas ela é uma mulher.’ ‘Não, ela é um soldado. Vai voltar a ser mulher depois da guerra.’ Mesmo assim… Mesmo assim, era só o cabelo crescer um pouquinho que eu ia fazer cachos nos cabelos das meninas. Em vez de bobes, usávamos pinhas… Pinhas secas, de pinheiro… Nem que fosse só um topetinho…”Vassilissa Iújina, soldado, cabeleireira9 - “Minha primeira impressão… Quando avistei um alemão… Era como se tivessem batido em mim, todo meu corpo doía, cada célula — como é que eles estão aqui? O ódio, ele era mais forte do que o medo pelas pessoas próximas, amadas, do que o medo da própria morte. Claro, pensávamos em nossos parentes, mas não tínhamos escolha. O inimigo chegou com raiva na nossa terra… A ferro e fogo… Por exemplo, quando soube que deviam me prender, fugi para a floresta.Para me juntar à resistência. Saí, deixando em casa minha mãe de 75 anos, e ainda por cima sozinha. Combinamos que ela fingiria ser cega e surda, e aí ninguém tocaria nela. Claro, eu dizia isso para me tranquilizar. No dia seguinte à minha saída, os fascistas entraram na casa. Minha mãe fingiu que era cega, que não escutava bem, como combinamos. Eles lhe deram uma surra terrível, torturaram, queriam saber onde estava a filha. Minha mãe passou muito tempo com dor…”Iadviga Mikháilovna Savítskaia, membro da resistência10 - “Fomos as duas para os partisans, eu e minha mãe… Ela lavava a roupa de todos, cozinhava. Se fosse preciso, montava guarda também. Uma vez, saí para uma missão e informaram a ela que eu tinha sido enforcada. Quando voltei, algunsdias depois, minha mãe me viu e ficou paralisada, perdeu a fala por algumas horas. Tínhamos que sobreviver a tudo isso…Recolhemos uma mulher na estrada, estava sem consciência. Ela não conseguia andar, se arrastava e achava que já estava morta. Sentia o sangue escorrendo, mas tinha decidido que estava sentindo isso no outro mundo, e não neste.Quando a sacudimos, recobrou um pouco da consciência e escutamos… Ela contou como eles tinham sido fuzilados, como conduziram para o fuzilamento ela e os cinco filhos. Enquanto eram levados para um galpão, mataram as crianças. Atiravam e achavam divertido… Sobrou o último, um bebê de peito. O fascista sinalizava: jogue para cima, vou atirar. A mãe jogou a criança de forma que ela mesma a matasse… Seu filho… Para que o alemão não tivesse tempo de atirar… Ela dizia que não queria viver, não podia viver nesse mundo depois disso, só no outro mundo…Não queria…Eu não queria matar, não nasci para matar. Queria ser professora de escola. Mas vi como queimavam a vila… Não podia gritar, não podia chorar alto: tínhamos sido mandados para o reconhecimento e passamos perto justo daquela aldeia. A única coisa que eu podia fazer era morder minha mão, tenho cicatrizes ainda hoje, mordi até sair sangue. Até a carne. Lembro como as pessoas gritavam… As vacas gritavam… As galinhas gritavam… Eu achava que todos gritavam com voz de gente. Tudo o que era vivo. Queimava e gritava. Não sou eu que falo isso, é a minha dor que está falando…”Valentina Mikháilovna Ilkévitch, mensageira partisanResponda as questões abaixo:7)Por que motivo Nadiéjda ganhou uma medalha por bravura?8)O que aconteceu com Nadiéjda na sua última batalha? Qual foi a informação dada para sua família?9)Como você explicaria a relação desses depoimentos de mulheres com a morte que sempre estava presente no cotidiano de guerra?10)Em que condições estavam as roupas que Maria Detkó lavava?11)Como você explicaria essa frase presente no relato de Vassilissa Iújina: ‘Não, ela é um soldado. Vai voltar a ser mulher depois da guerra’?12)O que os alemães fizeram com a mãe de Iadviga Savítskaia?

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Respondido por Berguyzynho265
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isso é uma historia não uma pergunta
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