História, perguntado por LucasMenezes7451, 1 ano atrás

Depoimentos:4 - “Eu pedia para a minha mãe… Implorava para ela: por favor, não chore… Não foi de noite, mas estava escuro, e se ouvia um uivo incessante. Elas, as nossas mães, ao acompanhar as filhas, não choravam, elas uivavam. Mamãe ficava ali parada feito pedra. Ela estava se segurando, tinha medo de que eu caísse no choro. Eu era a filhinha da mamãe, me mimavam em casa. E depois cortaram meu cabelo como de menino, só deixaram um topetinho. Ela e meu pai não me deixavam ir, mas eu só pensava em uma coisa: ir para o front, para o front! Para o front! Esses cartazes que agora estão no museu: ‘A pátria mãe chama!’, ‘O que você fez pelo front?’, sobre mim, por exemplo, tiveram muita influência. Estavam o tempo todo diante dos meus olhos. E as músicas? ‘Levante, país enorme… Levante para o combate mortal…’Quando estávamos viajando, ficamos espantados com os mortos logo nas estações de trem. Já era a guerra… Mas nossa juventude prevalecia, e cantávamos. Até mesmo algo alegre. Umas cantigas.No fim da guerra, toda a nossa família estava lutando. Meu pai, minha mãe, minha irmã — todos trabalhavam nas estradas de ferro. Eles avançavam logo atrás do front e consertavam a estrada. Todos recebemos a Medalha da Vitória: meu pai, minha mãe, minha irmã e eu…”Ievguênia Serguêievna Saprónova, sargento da guarda, mecânica de aviação5 - “Morrer… Eu não tinha medo de morrer. Por minha juventude, talvez, ou algo assim… Estávamos rodeados pela morte, a morte estava sempre por perto, porém eu não pensava nela. Não falávamos a respeito. Ela nos rodeava e cercavabem de perto, mas eu sempre passava batido. Uma noite, uma companhia inteira veio fazer reconhecimento de combate na área do nosso regimento. Quando estava amanhecendo ela se retirou, e começamos a escutar gemidos vindos da faixa neutra. Um ferido tinha ficado ali. ‘Não vá, vão matar você’, os soldados não me deixavam ir, ‘não vê que já está clareando?’ Não dei ouvidos e rastejei para lá. Achei o ferido e arrastei-o por oito horas, usando um cinto que amarrei na mão. Trouxe-o com vida. O comandante ficou sabendo e, de cabeça quente, me deu cinco dias de prisão pela ausência sem autorização. Mas o comandante substituto do regimento reagiu de outra forma: ‘Merece uma medalha’. Aos dezenove anos recebi a Medalha por Bravura. Aos dezenove anos meus cabelos ficaram brancos. Aos dezenove anos, na última batalha, um tiro pegou meus dois pulmões, a segunda bala passou no meio de duas vértebras. Minhas pernas ficaram paralisadas… E fui dada como morta… Aos dezenove anos… Minha neta tem essa idade agora. Olho para ela e não acredito. É uma criança! Cheguei do front em casa, minha irmã me mostrou a notificação de óbito… Tinham me enterrado…”Nadiéjda Vassílievna Aníssimova, enfermeira-instrutora do batalhão de metralhadoras6 - “Bombardeio… Bombardeavam e bombardeavam, bombardeavam e bombardeavam e bombardeavam. Todos correram para se esconder em algum lugar… Eu também corri. Então escutei alguém gemendo: ‘Socorro… Socorro…’. Mas continuei correndo. Alguns minutos depois algo ainda chegava até mim, e senti a bolsa de auxiliar de enfermagem pesar no ombro. E me deu vergonha. Onde o medo foi parar? Corri de volta: era um soldado ferido que estava gemendo. Me apressei em fazer os curativos nele. Depois mais um, o terceiro… O combate terminou à noite. E de manhã caiu uma neve fresca. Sob ela, os mortos… Muitos traziam as mãos erguidas para o alto… Para o céu… Pergunte para mim: o que é a felicidade? Eu responderei… Talvez seja encontrar, entre os mortos, uma pessoa viva…”Anna Ivánovna Beliai, enfermeiraResponda as questões abaixo:1)Você considera que esses relatos são diferentes das narrativas oficiais encontradas em livros didáticos e/ou filmes sobre a segunda guerra mundial? Por quê?2)Na sua opinião, por que o esposo do trecho 2 estava preocupado que a sua esposa contasse a "história verdadeira", que eles estudaram no livro antes da entrevistadora?3)Qual era a tarefa de guerra destinada à mulher do excerto 3?4)Por que será que os livros de história foram escritos três vezes de maneiras diferentes? Qual o papel da história dentro de uma escola com crianças que não viram a segunda guerra mundial acontecer?5)O que eram os partisans?6)Como você explicaria o seguinte trecho da fala de Ievguênia : "Esses cartazes que agora estão no museu: ‘A pátria mãe chama!’, ‘O que você fez pelo front?’, sobre mim, por exemplo, tiveram muita influência. Estavam o tempo todo diante dos meus olhos."

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Respondido por klebsonsantos101
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