Filosofia, perguntado por pequm, 11 meses atrás

De que maneira a ética, em Platão, está relacionada com a doutrina da alma?

Soluções para a tarefa

Respondido por Talescapra1
27

Explicação:

Para compreender a ética e a política platônica, é necessário conhecer antes a sua metafísica e teoria do conhecimento.

À imagem da organização hierárquico-ontológica da realidade, Platão organiza a alma humana. Para ele, a alma é o verdadeiro homem. Dotada de imortalidade, após a morte do corpo (cárcere da alma) a alma escolhe o seu destino numa outra vida conforme a verdade que possui (ou seja, o quanto de verdade ela contemplou no mundo das ideias) e migra para outro corpo (metempsicose).

Platão divide a alma em três partes ou funções: uma parte concupiscível ou sensual, a mais relacionada com as necessidades corporais; uma segunda parte irascível, correspondente aos impulsos e afetos, e, por último, a parte racional, mediante a qual é possível o conhecimento das ideias e a volição em sentido deliberativo, segundo a razão. Este esquema da psicologia será mais profundamente desenvolvido no pensamento aristotélico.

A moral platônica tem um paralelismo estrito com sua teoria da alma. Há uma correspondência ética rigorosa entre as partes da psique humana. Cada uma delas tem de estar regida de um certo modo, tem de possuir uma virtude particular. A alma concupiscível requer a moderação, o que se chama tradicionalmente de temperança (sophrosýne). À alma irascível corresponde a coragem ou andría. A alma racional tem de estar dotada de sabedoria ou prudência, de phrónesis. Mas há ainda uma quarta virtude; as partes da alma são elementos de uma unidade e estão, portanto, numa relação entre si; essa boa relação constitui o mais importante da alma e, por conseguinte, a virtude suprema, a justiça ou dikaiosýne. Estas são as quatro virtudes que passaram como virtudes fundamentais, inclusive para o cristianismo (prudência, fortaleza, temperança e justiça, as chamadas virtudes cardeais).

Respondido por ArturBibi
2

Explicação: Para compreender a ética e a política platônica, é necessário conhecer antes a sua metafísica e teoria do conhecimento.

À imagem da organização hierárquico-ontológica da realidade, Platão organiza a alma humana. Para ele, a alma é o verdadeiro homem. Dotada de imortalidade, após a morte do corpo (cárcere da alma) a alma escolhe o seu destino numa outra vida conforme a verdade que possui (ou seja, o quanto de verdade ela contemplou no mundo das ideias) e migra para outro corpo (metempsicose).

Platão divide a alma em três partes ou funções: uma parte concupiscível ou sensual, a mais relacionada com as necessidades corporais; uma segunda parte irascível, correspondente aos impulsos e afetos, e, por último, a parte racional, mediante a qual é possível o conhecimento das ideias e a volição em sentido deliberativo, segundo a razão. Este esquema da psicologia será mais profundamente desenvolvido no pensamento aristotélico.

A moral platônica tem um paralelismo estrito com sua teoria da alma. Há uma correspondência ética rigorosa entre as partes da psique humana. Cada uma delas tem de estar regida de um certo modo, tem de possuir uma virtude particular. A alma concupiscível requer a moderação, o que se chama tradicionalmente de temperança (sophrosýne). À alma irascível corresponde a coragem ou andría. A alma racional tem de estar dotada de sabedoria ou prudência, de phrónesis. Mas há ainda uma quarta virtude; as partes da alma são elementos de uma unidade e estão, portanto, numa relação entre si; essa boa relação constitui o mais importante da alma e, por conseguinte, a virtude suprema, a justiça ou dikaiosýne. Estas são as quatro virtudes que passaram como virtudes fundamentais, inclusive para o cristianismo (prudência, fortaleza, temperança e justiça, as chamadas virtudes cardeais).

Perguntas interessantes