de acordo com os conteúdos abordados nas aulas e no livro-base prática de escrita para o letramento no ensino superior e com os conceitos de heterogeneidade e preconceito linguístico, uma determinada variante de uma língua é considerada incorreta:
Soluções para a tarefa
Resposta:
Explicação:
A variedade linguística destes alunos não se enquadrava nos moldes empregados pelas
escolas, ao passo que as instituições de ensino defendiam a homogeneidade linguística propagada
através dos ensinamentos da gramática tradicional, ou seja, do padrão culto, causando um
conflito linguístico para o qual as escolas e professores não estavam preparados; sendo mais
cômodo ignora-lo e permanecer seguindo os parâmetros gramaticais de correção.
XVII CONGRESO INTERNACIONAL ASOCIACIÓN DE LINGÜÍSTICA Y FILOLOGÍA DE AMÉRICA LATINA (ALFAL 2014)
João Pessoa - Paraíba, Brasil
#2928
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Para esses falantes, “a escola passa a ser uma espécie de ‘colônia correcional’, coercitiva,
instrumento de ajuste social” (MATOS E SILVA, 2004, p. 73). Os alunos precisam corrigir a sua
forma de falar e escrever, visto que não seguiam o padrão da sociedade dominante, castradora das
mudanças e variações linguísticas em detrimento do conservadorismo elitizante. Matos e Silva
(2004, p.74) complementa dizendo que “a gramática tradicional reforça o ‘dialeto da elite’, reforça padrões e uso que são próprios a uma classe dominante, que seu ensino (quer bem ou mal
feito) faz silenciar os outros usos”.
O ensino tradicional e coercitivo estimula, pois, o preconceito linguístico e a fala de
pessoas pertencentes a classes sociais menos prestigiadas passa a ser estigmatizada e
desvalorizada. Ao passo que a escola, “detentora de todo saber e cultura”, defendia a variedade
padrão, sendo todas as outras variedades um problema social e uma manifestação de
inferioridade.
As variantes linguísticas dos alunos de classes populares eram consideradas deficientes, o
português pronunciado por eles era considerado “errado”, tendo a escola, conforme Coelho
(2007), como principal função, “enquadra-los” à norma-padrão da língua portuguesa, ignorando
os usos linguísticos e estimulando o mito da língua única.