Curriculo: Teoria e Prática
Diversidade e organização dos tempos e espaços escolares
Texto a. Um currículo que respeita a diversidade precisa de um espaço/tempo objetivo para ser concretizado. [...] Os currículos incorporam uma organização espacial e temporal do conhecimento e dos processos de ensino aprendizagem. A rigidez e a naturalização da organização dos tempos e espaços escolares entram em conflito com a diversidade de vivências dos tempos e espaços dos alunos e das alunas. Segundo Arroyo (2004a), a escola é também uma organização temporal. Por isso, o currículo pode ser visto como um ordenamento temporal do conhecimento e dos processos de ensinar e aprender. A organização escolar é ainda bastante rígida, segmentada e uniforme em nossa tradição, à qual todos (as) alunos e alunas indistintamente têm de adequar seus tempos. A partir das reflexões do autor podemos dizer que a relação diversidade-currículo se defronta com um dado a ser equacionado: os(as) educandos(as) são diversos também nas vivências e controle de seus tempos de vida, trabalho e sobrevivência, gerando uma tensão entre tempos escolares e tempos da vida, entre tempos rígidos do aprender escolar e tempos não controláveis do sobreviver. Esta tensão é maior nos coletivos sociais submetidos a formas de vida e de sobrevivência precarizadas. (p.37-38)
Texto b. A tendência da escola é flexibilizar os tempos somente para aqueles alunos e alunas estigmatizados como lentos, desacelerados, desatentos e/ou com problemas de aprendizagem. Quando refletimos sobre a lógica temporal, na perspectiva da diversidade cultural e humana, trazemos novas indagações e problematizações a esse tipo de raciocínio ainda tão presente nas escolas. Na realidade, a preocupação da escola deverá ser dar a todos(as) o devido tempo de aprender, conviver, socializar, formar-se, consequentemente, ter como critério na organização do currículo a produção de um tempo escolar acolhedor e flexível que se aproxime cada vez mais da dimensão cíclica e complexa das temporalidades humanas. O tempo para aprender não é um tempo curto. E, além disso, a escola não é só um espaço/tempo de aprendizagem. Ela é também um espaço sociocultural e imprime marcas profundas no nosso processo de formação humana. Por isso, a organização escolar não pode ser reduzida a um tempo empobrecido de experiências pedagógicas e de vida. É preciso desnaturalizar o nosso olhar sobre o tempo escolar. Como nos diz Miguel Arroyo (2004a), o tempo da escola é conflitivo porque é um tempo instituído, que foi durante mais de um século se cristalizando em calendários, níveis, séries, semestres, bimestres, rituais de transmissão, avaliação, reprovação, repetência. Entender a lógica institucionalizada do tempo escolar que se impõe sobre os/as alunos/as e professores(as) é fundamental para compreender muitos problemas crônicos da educação escolar. É ainda este autor que nos diz que a compreensão das nuances e dos dilemas da construção do tempo da escola poderá nos ajudar a corrigir os problemas de evasão, reprovação e repetência que atingem, sobretudo, os setores populares e os exclui da instituição escolar. (p. 38-39)
Referência
GOMES, NILMA LINO. Indagações sobre currículo: diversidade e currículo. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. (Disponível na sala)
Com base nos textos a) e b) anteriores:
(QUESTÕES DENTRO DA ATIVIDADE)
Questão 1: escreva um texto (com 150 a 200 palavras) de sua autoria fazendo uma reflexão sobre a diversidade e organização dos tempos e espaços escolares explícitas nos dois textos a) e b).
Soluções para a tarefa
Respondido por
15
Os currículos devem trabalhar as noções
espaço-temporais na educação infantil. Pois esse trabalho é de fundamental
importância, pois eles permitem à criança situar-se no espaço e no tempo. O
professor tem um papel fundamental e deve agir como mediador ajudando os alunos
na construção das noções espaço-temporais.
A organização espacial ajuda a criança a conhecer e compreender melhor o
espaço ao qual está inserido, facilitando assim, suas vivências nesse lugar e
também uma visão mais ampla sobre esse espaço. É a partir delas que as crianças
começarão a situar-se no tempo. A construção da organização espaço-tempo deve
ser progressiva e sistemática, ou seja, deve estar presente diariamente no
contexto da Educação Infantil, trazendo sempre experiências da vivência das
crianças e contextualizando na construção dessa aprendizagem.
A organização dos tempos e espaços escolares entram em conflito com a
diversidade de vivências dos tempos e espaços dos alunos. A organização escolar
é ainda bastante rígida e os alunos devem se adequar a esse processo.
A escola deve dar a todos o devido tempo de aprender, conviver,
socializar, e consequentemente, ter como critério a produção de um tempo
escolar acolhedor e flexível.
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