Cultura e letramento científico fale um pouco...
Soluções para a tarefa
Resposta:
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), praticamente metade da população brasileira era analfabeta na década de 1950. O número de alfabetizados cresceu continuamente nas décadas seguintes e chegou, nos anos 1980, à proporção de aproximadamente ¾ da população alfabetizada ante ¼ analfabeta.
Essa nova realidade social levou o meio acadêmico brasileiro a refletir sobre novas demandas, principalmente no meio urbano, em relação à cultura escrita. Não bastava conhecer o be-a-bá, ser alfabetizado. Começa a ser usado no campo dos estudos da linguagem e do ensino de línguas o termo “letramento” para designar o efetivo uso da escrita em práticas sociais, desde as mais simples, como identificar uma linha de ônibus, fazer uma lista de compras ou escrever um bilhete, às de diferentes graus de complexidade, como ler reportagens jornalísticas, escrever relatórios ou atas de reuniões, ler um romance, produzir um artigo acadêmico, redigir uma tese e assim por diante.
Além de representar uma ruptura em relação à tradicional dicotomia entre alfabetizados e analfabetos e explicitar a ideia de um contínuo do mais simples ao mais complexo, o letramento está intimamente ligado ao meio social em que ele acontece, sendo a escola o principal, mas não o único, já que as práticas sociais de leitura e escrita também se dão no seio familiar, na esfera religiosa e no trabalho, entre outros.
A mais importante mudança, no entanto – pelo menos do meu ponto de vista –, e que mostrou resultados efetivos não apenas no processo de alfabetização de crianças, mas principalmente na educação de jovens e adultos, foi tentar trazer de maneira mais respeitosa para a cultura letrada aqueles que sempre estiveram fora dela. O que isso significa?
Embora a maioria das pessoas não se dê conta disso, a carga negativa do termo “analfabeto” é e sempre foi muito grande. Não designa apenas “aquele que não conhece as letras, não sabe o be-a-bá”. O analfabeto é tido como um ser cognitivamente inferior, que sabe menos sobre o mundo em que vive.
E daí surgem as derivações com o mesmo tipo de conotação: o analfabeto digital é quem não sabe nada de tecnologia, o analfabeto político não entende nada de política, o analfabeto científico não conhece nada de ciência. Essa é a visão autoritária e arrogante de quem detém determinado tipo de conhecimento, como se só o dele fosse válido. O respeito ao conhecimento do outro é uma forma muito mais convidativa de levá-lo a conhecer outra forma de ver o mundo, contudo, sem impor a ele essa forma como sendo a única possível e aceitável.
No campo da linguagem, esse respeito ao conhecimento do outro implica em reconhecer a diversidade linguística como natural e lidar com a escrita e a norma culta como uma das variedades da nossa língua. No ensino de língua materna, a disciplina que é ministrada em todo o ensino fundamental ainda se chama Língua Portuguesa.
Resposta:
Assim como o letramento é o uso da escrita em práticas sociais, o letramento científico envolve não apenas o conhecimento sobre a ciência e a tecnologia, mas especialmente sua inter-relação com a sociedade.
Explicação: