CUBAS
Machado de Assis
Capítulo I
(...) Dito isto, expirei às duas horas da
tarde de uma sexta-feira do mês de
agosto de 1869, na minha bela
chácara de Catumbi. Tinha uns
sessenta e quatro anos, rijos e
prósperos, era solteiro, possuía cerca
de trezentos contos e fui
acompanhado ao cemitério por onze
amigos. Onze amigos! Verdade é que
não houve cartas nem anúncios.
Acresce que chovia – peneirava uma
chuvinha miúda, triste e constante,
tão constante e tão triste, que levou
um daqueles fiéis da última hora a
intercalar esta engenhosa idéia no
discurso que proferiu à beira de minha
cova: “Vós, que o conhecestes, meus
senhores, vós podeis dizer comigo que
a natureza parece estar chorando a
perda irreparável de um dos mais
belos caracteres que têm honrado a
humanidade. Este ar sombrio, estas
gotas do céu, aquelas nuvens que
cobrem o azul como um crepe funéreo,
tudo isso é a dor crua e má que lhe rói
à natureza as mais íntimas entranhas:
tudo isso é um sublime louvor ao
nosso ilustre finado”(...).
A questão abordadas neste exame serão de textos da obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, o maior representante do Realismo brasileiro. Vale observar que o ano de 2008 é marcado pelo centenário da morte de Machado.
Questão 03 - Com referência as idéias do texto I, marque a alternativa correta:
Escolha uma opção:
a.
O texto deixa implícito que se houvesse divulgação sobre o enterro de Brás Cubas e não estivesse chovendo haveria mais gente no enterro.
b.
Brás Cubas era tão querido que a natureza o homenageou.
c.
A frase “Onze Amigos!” expressa uma dúvida relacionada à quantidade de pessoas no enterro.
d.
A oração “Acresce que chovia” poderia ser alterado por mas chovia sem alterar o sentido do texto.
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