Contos populares são narrativas da tradição oral. São histórias criadas coletivamente em uma cultura e, portanto, de autoria desconhecida. Foram - e continuam sendo - recontadas oralmente, de geração em geração, em linguagem simples, com marcas de oralidade e intervenções particulares do contador de histórias. Leia um dos mais conhecidos contos populares. A festa no céu Ia haver uma festa no céu e o amigo urubu convidou todos os bichos. Dona juriti, que era cantora afamada, foi convocada para animar a festa. Nesse tempo, o sapo andava em pé, e era muito farrista. Encontrou- se com a juriti, que estava polindo a garganta. Logo que viu o sapo, ela começou a zombar dele: — É, amigo sapo, você não pode ir à festa do amigo urubu no céu, pois não tem asas! E vai ser uma festança danada! Mas é só para os bichos que voam. O sapo pediu: — Oh, amiga juriti, me leva! — Levo nada. Você é muito pesado. Quando voltar da festa, eu lhe conto como foi. O sapo garantiu que não perderia a festa por nada, e a juriti riu pra danar dele. No dia da festa, ele arrumou um jeito de se enfiar na viola do urubu, que era o tocador. O urubu sentiu que a viola estava pesada, mas não parou para ver o que era, pois, sendo ele o tocador, não poderia chegar atrasado.No céu, toda espécie de bicho de asas estava lá, se alegrando, dançando e comendo muito. Nisso, para surpresa de todos, surge o sapo. O danado comeu, bebeu e dançou até altas horas. Depois, lembrou-se da volta e, sem que ninguém o visse, se meteu na viola do urubu. A festa ainda estava animada e a juriti, maldosa, achou de provocá-lo: — Tá todo mundo aqui, só o sapo não! Tá todo mundo aqui, só o sapo não! O besta do sapo, em vez de ficar quieto, achou de colocar a cabeça pra fora da viola e responder: — Ói eu aqui, óí eu aqui, aqui, aqui! O urubu, brabo com o engano, pegou o sapo e disse que ia jogá-lo lá embaixo. Então o sapo pediu que o jogasse na água, mas não jogasse no lajedo (o lajedo era seu amigo). O urubu estava com raiva e disse:— Eu vou lhe jogar é no lajedo, seu miserável! E jogou o sapo, que ia caindo e gritando: — Lajedo, abre os braços! Abre os braços, lajedo! O lajedo ouvia, mas não conseguia entender direito, pois o sapo estava muito alto. Quando foi entender já era tarde, e o sapo se estatelou em cima dele - Pof! Aí o sapo quebrou a coluna, e desse dia em diante não andou mais em pé. Fonte: Nelcina Alves (Mãe Nelcina). In: Contos e fábulas do Brasil. Marco Haurélio (Org.). São Paulo: Nova Alexandria, 2011. p. 29-30. Glossári opolindo: lustrando. lajedo: piso revestido de pedras.
a) Como você poderia explicar a falta dessa informação num conto popular?
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Resposta:a prequiça das pessoas de contar uma historia que fassa sentido
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