Artes, perguntado por thalytaossinaga, 8 meses atrás

Conhecido como avô do samba, o Jongo da Serrinha é tocado em compasso binário e

originalmente era produzido:
a. Na senzala, produzido por escravos trazidos ao Brasil;
b. Nas periferias, criado pelo povo excluído;
c. Nas florestas brasileiras, por povos indígenas;
d. Por diversas regiões do país criado por ciganos nômades;
e. Por colonizadores que ensinavam os escravos.

Soluções para a tarefa

Respondido por Juliaunited94
2

Resposta:

Herança dos bantos de Angola, o ritmo e a dança ancestrais do samba sobrevivem no Morro da Serrinha, em Madureira

No Morro da Serrinha, no bairro de Madureira, no Rio de Janeiro, conviviam várias manifestações culturais. O jongo era uma delas. A palavra, oriunda do quimbundo, língua dos negros bantos de Angola, chegou ao Brasil com os escravos dessa etnia que, na sua maioria, foram para a região centro-sul do país.

Ritmo e dança produzidos nas  senzalas, avô do samba, é tocado em compasso binário,  executado numa variação de 6/8, em três tambores: o caxambu (grave), o candongueiro (médio) e o angona ou angoma puíta (agudo).

É dançado por casais que se umbigam a certa distância enquanto os outros batem palmas, em uma roda desenvolvida no sentido anti-horário. Dessa forma, acreditavam que regrediam no tempo, indo ao encontro dos seus ancestrais (hoje, almas).

O jongo é cantado em versos curtos e improvisado, sem obrigação da rima. Antes da dança, é necessário   benzer-se nos tambores em sinal de respeito. Essa expressão cultural é o que diferencia a Serrinha das outras comunidades do Rio de Janeiro. Vovó Teresa, mãe do grande Mestre Fuleiro e tia de Dona Ivone Lara, Vovó Marta, Vovó Maria Joana, mãe de santo, rezadeira e mãe do Mestre Darcy do Jongo, Vovó Líbia, Seu Nascimento, Mano Elói, um dos fundadores da escola de samba Império Serrano, Seu Pedro, Seu Gabriel da Congonha e outros foram  os principais percursores desse legado.

Coisas do jongo

Eu faço parte da quarta geração de jongueiros da Serrinha.  Aprendi na Império do Futuro, primeira escola de samba mirim do Carnaval. Quando cheguei à roda, estavam os três tambores para eu escolher. Por algum motivo que desconheço, fui direto no candongueiro, na minha opinião um dos mais difíceis para uma criança de 10 anos. Mais tarde, soube que meu avô Cosmelino Simplício era um dos maiores tocadores de candongueiro da Serrinha – coisas do jongo.

O jongo na Serrinha misturou várias gerações, em 1993, numa temporada no teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. No mesmo grupo estavam integrantes da segunda geração – Mestre Darcy, Mestre Fuleiro, Dona Djanira, Dona Eva, também filha de Vovó Maria Joana e irmã do Mestre Darcy, e Dona Eunice, esposa do Mestre Darcy – e da terceira geração, Deli, Lazir e Luiza. Essas três, ao lado da Tia Maria, são as pessoas que seguram o jongo na Serrinha até os dias de hoje com oficinas, shows e outros eventos. Eu, ainda criança, representando a quarta geração de jongueiros, tive o prazer de fazer parte desse grupo tocando cavaquinho.

O Mestre Darcy sempre dizia que o jongo é um movimento de resistência cultural. Ele estava certíssimo. Mesmo hoje, com a cena musical bem diferente do que era no seu tempo, o jongo resiste pela força da cultura daquele lugar chamado Morro da Serrinha.

Pretinho da Serrinha nasceu no Morro da Serrinha, Ângelo Vítor Simplício da Silva. Aos 36 anos, é um nome do samba nacional.

Multi-instrumentista, foi mestre de bateria da escola Império Serrano aos 10 anos e trabalhou com diversos artistas da cena contemporânea.

(Texto com colaboração de Priminho, Waldemir dos Santos Lino, de 58 anos, também do Morro da Serrinha, um dos fundadores da Império do Futuro e advogado.)

Explicação:

Perguntas interessantes