Conforme Paulo Freire (1989), leitura não significa apenas ler palavras ou frases. Para ele, a alfabetização não pode se resumir ao “ensino puro das palavras, das sílabas, das letras” (FREIRE, 1989, p.13). Assim, enuncia duas subdivisões de leitura: leitura da palavra e leitura do mundo. A primeira envolve a junção de vogais e consoantes, a formação de sílabas, palavras e criação de orações ou frases. A segunda envolve a percepção crítica do universo ou cotidiano que nos cerca – é o que dá significado às palavras e frases. Apesar de Freire (1989) colocar que a leitura do mundo deve ocorrer antes da leitura da palavra, elas estão dinamicamente unidas, tal que esta seja uma forma de reescrever e transformar aquela, através de nossa prática consciente. Em outras palavras, a leitura do mundo do alfabetizando pode e deve ser usada durante a aquisição da língua escrita, para que o processo de leitura da palavra trabalhada traga significado ao mesmo. Ademais, “a alfabetização como ato de conhecimento, como ato criador e como ato político é um esforço de leitura do mundo e da palavra” (FREIRE, 1989, p.19). É evidente a necessidade de alfabetizar o indivíduo para além do saber ler um texto escrito e retirar informações simples do mesmo, deve-se trabalhar a capacidade de interpretar o texto lido e permitir que o sujeito em questão tenha liberdade para fazer inferências usando seu conhecimento de mundo. Nesse sentido, podemos dizer que está coerente com as ideias de Paulo Freire aplicadas às concepções atuais do Ensino de Matemática, ao fazer uma relação dessa temática com a interpretação de um gráfico: Escolha uma: a. Há necessidade da leitura do mundo para interpretação, pois não é possível texto sem contexto e não faz sentido um gráfico estatístico se não soubermos interpretá-lo. b. Não há qualquer necessidade de o aluno compreender o gráfico, já que basta fazer a leitura de seus dados de forma simples e mecânica. c. Nos anos iniciais do ensino fundamental, o aluno deve ser respeitado em seus conhecimentos e não precisa aprender a ler gráficos. d. Os gráficos devem ser feitos com uso de computadores, portanto, não há necessidade de reflexões acerca do contexto nem etapa em que esses alunos estejam.
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Letra A. Fiz e acertei.
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