Sociologia, perguntado por jjangolana, 10 meses atrás

COMUM
EC
Sei que não sou um garoto de dez anos comum. Quer dizer, é claro que faço coisas comuns.
Tomo sorvete. Ando de bicicleta. Jogo bola. Tenho um Xbox. Essas coisas me fazem ser comum.
Por dentro. Mas sei que as crianças comuns não fazem outras crianças comuns saírem correndo e
gritando do parquinho. Sei que os outros não ficam encarando as crianças comuns aonde quer que
elas vão.
Se eu encontrasse uma lâmpada mágica e pudesse fazer um desejo, pediria para ter um rosto
comum, em que ninguém nunca prestasse atenção. Pediria para poder andar na rua sem que as
pessoas me vissem e depois fingissem olhar para o outro lado. Sabe o que eu acho? A única razão
de eu não ser comum é que ninguém além de mim me enxerga dessa forma.
Mas agora meio que já me acostumei com minha aparência. Sei fingir que não vejo as caretas
que as pessoas fazem. Nós todos ficamos muito bons nisso: eu, mamãe e papai, a Via. Na verdade,
retiro o que disse: a Via não é tão boa. Às vezes ela fica muito irritada quando fazem algo grosseiro.
Por exemplo, naquela vez no parquinho, quando uns garotos mais velhos fizeram alguns barulhos.
Nem sei que barulhos eram, porque eu mesmo não ouvi, mas a Via escutou e simplesmente
começou a gritar com eles. Esse é o jeito dela. Eu não sou assim.
Ela não acha que eu seja comum. Diz que acha, mas, se eu fosse comum, ela não precisaria
me proteger tanto. Mamãe e papai também não me acham comum. Eles me acham extraordinário.
Talvez a única pessoa no mundo que percebe o quanto sou comum seja eu.
Aliás, meu nome é August. Não vou descrever minha aparência. Não importa o que você
esteja pensando, porque provavelmente é pior.
SC
PALACIO, Raquel. Extraordinário. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2013.
1. Nos relatos pessoais são utilizadas descrições para caracterizar protagonistas, antagonistas,
lugares etc. Nesse relato como são descritos os personagens apresentados?​

Soluções para a tarefa

Respondido por marianebarbosa15
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Resposta:

calma isso tudo vai passar , não somos iguais a todo mundo e ninguém é normal todos fazemos coisas estranhas

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