COMPARE OS GOVERNOS JK E VARGAS
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Resposta:
Afinal, nenhuma das duas hipóteses se concretizou, e o PSD lançou seu candidato, mais uma vez em aliança com o PTB. A apresentação do nome do general Henrique Lott foi bem vista por Juscelino, que não via chances nessa candidatura, apoiada pela Ala Moça do PSD e pela Frente Parlamentar Nacionalista, e percebia sua possível derrota como uma oportunidade para desgastar aqueles setores, que haviam resistido à sua proposta de "união nacional". Do lado da UDN, Juraci Magalhães, tachado de líder dos "chapas-brancas" – como eram chamados os deputados que apoiavam os projetos do governo – acabou perdendo a indicação para Jânio Quadros, que era apoiado pela "Banda de Música", com Carlos Lacerda à frente.
Postas as candidaturas, JK ocupou o lugar que avaliou ser o que melhor lhe caberia naquele momento: o de magistrado supremo da nação, a comandar, com a maior neutralidade possível, o processo eleitoral que indicaria seu sucessor. Como as candidaturas a presidente e a vice-presidente eram desvinculadas, os eleitores escolheram, para ocupar a presidência, o candidato da UDN, e a vice-presidência, o do PTB – ou seja, elegeram Jânio e reelegeram João Goulart, o Jango, atestando o êxito do movimento Jan-Jan. Passada a faixa presidencial para Jânio em 31 de janeiro de 1961, JK acreditou que teria bastante tempo – cinco anos – para preparar o caminho de volta. A história não foi bem assim: a bandeira do "JK-65", já desfraldada, acabou sendo enterrada em 8 de junho de 1964, quando seu nome encabeçou uma lista de mais de 500 punidos pelo governo militar com a cassação dos direitos políticos.
JK e a politica da ex-capital
Criador de Brasília, símbolo maior da meta de "50 anos em 5", foi contudo na cidade do Rio de Janeiro que Juscelino Kubitschek exerceu quase todo o seu governo. A então capital federal, "caixa de ressonância" das questões nacionais, com sua população alfabetizada e concentrada no meio urbano, representava um dos mais expressivos contingentes eleitorais do país. Por isso mesmo, seu futuro político era um tema do qual o presidente não queria e nem poderia ficar distante. JK sabia que, para fechar seu governo em 1961 e, sobretudo, para preparar a volta ao palácio do Planalto cinco anos depois, era indispensável ter uma política traçada para a ex-capital.
A política carioca era, no entanto, um grande desafio para JK. A começar pelo fato de que, nas eleições presidenciais de 1955, o eleitorado da cidade havia preterido seu nome em favor de outro candidato, o ex-governador paulista Ademar de Barros. Pode-se atribuir esse fracasso, em boa medida, à fragilidade do PSD diante do quadro de polarização político-partidária que marcava a política do Rio de Janeiro: de um lado, o PTB de Vargas; de outro, a UDN de Carlos Lacerda.
Não é, pois, difícil entender a preocupação, e conseqüentemente, a atuação de JK em relação ao futuro político da cidade que ia deixar de ser a capital do país em 1960. Para Kubitschek, mais importante do que a definição jurídica do estado da Guanabara dada pela Lei San Tiago Dantas, era a candidatura de Carlos Lacerda ao governo do novo estado. Tribuno implacável, dono de uma oratória demolidora, Lacerda fora figura de proa nos eventos que levaram ao suicídi