como você explicaria a razão de existir tantas religiões e crenças diferentes
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Resposta:
É praticamente impossível mensurar o número de religiões que existe no mundo. Mas, atualmente, as religiões com mais adeptos na população mundial são o cristianismo (28%); islamismo (22%); hinduísmo (15%); e o budismo (8,5%). O judaísmo alcança aproximadamente 16 milhões de pessoas. O espiritismo, embora não considerado uma religião, possui cerca de 18 milhões de adeptos. A exemplo desses movimentos religiosos, a grande parte das religiões no mundo ainda se subdivide em grupos segmentados, partidos e denominações com diferenças doutrinárias e práticas. Além disso, existem religiões e seitas menores, praticados por etnias específicas, como grupos indígenas, aborígenes e tribos do interior da África que possuem o seu próprio sistema de crenças.
Muitos desse movimentos religiosos são monoteístas, como o cristianismo, islamismo e judaísmo, que compartilham a adoração pelo mesmo Deus, o Deus de Abraão, mas com diferenças doutrinárias marcantes entre elas. Outros grupos monoteístas como o sikhismo acreditam que a verdade não é limitada a uma só crença.
Por outro lado, existem religiões politeístas, que adotam um grupo de divindades em que cada uma é patrona de uma ou mais forças da natureza. Muitas dessas religiões politeístas recorrem ao ocultismo, o animismo e ao culto aos antepassados, entre outras crenças espiritualistas atribuídas aos seus deuses. Outras religiões, como o hinduísmo, creem que existe uma força divina vital que permeia todos os elementos da natureza, com o poder de transformar tudo o que existe em um deus potencial. Outras crenças alegam que os seres vivos, sobretudo os humanos estão presos ao mundo físico, e passam por uma peregrinação espiritual em busca de uma esfera superior de existência, como a iluminação, a eternidade ou o bem final. Essa peregrinação depende da força espiritual intrínseca ao ser humano, que pode durar eras de reencarnação.
Muitas dessas religiões possuem grande influência sobre a sociedade, a política e o governo. Essas influências se expressam na divisão de castas, como na Índia, ou na esfera civil, social e política, a exemplo da Itália, do Vaticano e da Turquia. Já outras nações adotam uma religião nacional oficial que dita a sua legislatura como os Emirados Árabes Unidos. Em muitos países onde a religião é oficial ou exerce influência social e política, existem perseguições e conflitos acirrados com outros grupos religiosos.
Existe também um grande número de pessoas que não confessa nenhuma religião (14,3% da população mundial). Esse grupo pode ser segmentado em pessoas que respeitam a religiosidade, mas não se posicionam em nenhuma crença; pessoas antirreligiosas e grupos hostis a qualquer religião. A ateísmo corresponde a quase 4% da população, e confessa não existir nenhum tipo de divindade.
Por que existem tantas religiões? Essa é uma pergunta vital para definir a identidade humana. Esse artigo não é um estudo antropológico ou filosófico sobre a religiosidade humana, mas uma reflexão que se baseia na Bíblia, adotando as seguintes premissas: 1) o Deus da Bíblia é o único e verdadeiro Deus; 2) a Bíblia, na sua totalidade, é a revelação de Deus para a humanidade; 3) Deus é o Criador do Universo, e fez os céus e a terra em seis dias literais; 4) o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus; mas, 5) vive atualmente fora dos padrões divinos da criação, em virtude do pecado.
A antropologia descritiva assume que todo tipo de religião é criado pela comunidade humana que se prostra diante dela, numa atitude de projeção. “Projeção” é um mecanismo de defesa em que atributos pessoais, pensamentos indesejados, traumas psicológicos, expectativas do futuro e emoções são atribuídos a outro indivíduo, grupo ou realidade (como um trauma do passado). No caso da religião, o ser humano projeta tudo isso em uma ou mais divindades, força sobrenatural, entidade espiritual, culto ou um ritual, para explicar a sua existência, seus complexos e perspectivas. Em outras palavras, o ser humano cria seus próprios deuses, cultos e rituais para justificar o seu modo de viver. Embora essa descrição seja plausível, ela não é absolutamente verdadeira, nem aplicável a todo movimento religioso.
Mas há um fator a se considerar. Essa afirmação comprova que a maioria dos seres humanos possui uma tendência inerente à religiosidade. Todo ser humano tem a necessidade de crer, adorar e servir alguém maior que ele. Até mesmo os ateus cultuam a razão e o conhecimento do Universo como algo maior que eles. Ora, se o Universo fosse o resultado de um processo meramente evolutivo ausente de qualquer poder sobrenatural ou divino que o guiasse, essa tendência natural que molda culturas não seria parte do ser humano.
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