Como Sócrates se opõe aos sofistas?
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Resposta:Porque os sofistas recebiam pelos ensinamentos que ministravam. Sócrates achava "vergonhoso vender o saber, dizendo que o comércio da sabedoria não merecia menos ser chamado prostituição que o tráfego da beleza". Sócrates comparava os sofistas aos mercadores, que elogiam os produtos que vendem mesmo sem saberem se são bons ou não. Mas, não será que, como os mercadores que elogiam os seus produtos, também os sofistas seriam inevitavelmente tentados a acomodar a sua mercadoria ao gosto dos compradores? Ao receberem pelos ensinamentos ministrados, os sofistas forçaram o reconhecimento do caráter profissional do trabalho de professor. Essa é uma dívida que a institucionalização da escola tem para com eles.
No entanto, ao serem pagos diretamente pelos alunos, ficavam em condições de fazer uma seleção entre os candidatos. Em geral, preferiam os filhos de famílias mais abastadas. A analogia com o caráter seletivo da escola dos nossos dias é aqui tristemente visível.
Ao contrário dos sofistas, Sócrates não recebia pagamento pelo que ensinava. Dispensava gratuitamente o seu saber a quem dele necessitava.
A sua motivação de ordem pedagógica distinguia-se ainda da dos sofistas, na medida em que estes, praticavam um ensino desligado de preocupações de ordem ética. Fingiam "adotar as opiniões comuns, a moral das pessoas honestas, os preconceitos ou as superstições do povo" de modo a agradarem ao maior número de pessoas. O seu objetivo principal era agradar de forma a obterem os seus proveitos próprios, sem atenção aos valores essenciais. Daí o uso artificioso da oratória e da retórica como forma precisamente de, através da palavra, conseguir persuadir os cidadãos.
Sócrates queria educar o seu povo, conduzi-lo à consciência do seu verdadeiro bem, ao perigo e à nobreza da escolha. Queria libertá-lo da servil obediência à opinião estabelecida, para o comprometer no livre serviço da verdade severamente verificada. Queria tirá-lo da infância, que pensa e age por imitação e constrangimento, para fazer dele um povo adulto, capaz de agir por razão, de praticar a virtude não por temor das leis e do poder (ou de deuses ao seu dispor), mas porque sabia de ciência certa que a felicidade é idêntica à virtude" .