História, perguntado por Stefane013, 8 meses atrás

Como se iniciou a criação de gado no Brasil?

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Respondido por keven116
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se iniciou com a vinda da ilhas dos cabos verdes se desenvolveu na povoação de São Vicente mas foi no Recôncavo baiano a partir do ano 1549.
Respondido por paulomigueljnsantos
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Resposta:

 

Ciclo do couro. O movimento pastoril deu origem a um fenômeno de acentuada importância na história pátria: a formação de latifúndios. Para efetivar a posse e o domínio das sesmarias e para prevenir a caducidade das doações, os senhores de sesmarias valiam-se do expediente de encaminhar para elas prepostos com boiadas. A própria forma de pagamento do trabalho de capatazes e vaqueiros, o sistema de quartas (de cada quatro reses, uma para o preposto), dava origem a novas fazendas de gado. A difusão do pastoreio tornou-se tão grande em dada época que se falou no "período do couro", ocasionado pela possibilidade de retirar da indústria pastoril, depois das necessidades vitais, os objetos de conforto. Do amplo emprego industrial do couro decorreu sua exportação para a metrópole em todo o período colonial.

Pecuária e povoamento. O povoamento do sertão brasileiro tomou forte impulso no século XVII, devido às vias de trânsito abertas pelo gado. Não existia no Brasil nada que se assemelhasse às excelentes estradas que os colonizadores espanhóis receberam como legado dos incas, por exemplo. Tampouco à coroa interessava o estabelecimento de uma rede viária de importância, que desse ensejo a correntes apreciáveis de comércio interno, libertando os grupos ilhados na orla marítima da total dependência das importações da metrópole. Nesse sentido, foram de importância capital para o desenvolvimento e povoamento da colônia as estradas boiadeiras, os caminhos de gado, que tiveram influência marcante na delimitação das capitanias hereditárias, sobretudo nos limites de profundidade. Essas correntes povoadoras criaram novas vilas: Itabaiana (1665), Jaguaribe, Cachoeira e São Francisco do Conde (1693) e Santo Amaro das Brotas (1697), numa interiorização progressiva que continuou no século XVIII. Eram caminhos terrestres, que só de passagem cruzavam rios e, ao contrário do que ocorria no bandeirantismo, todos eles dentro dos limites do Tratado de Tordesilhas.

Partindo daqueles três núcleos primitivos, o gado se expandiu por todo o Brasil, levando nesse movimento pelo menos dois séculos, o XVII e o XVIII. Em 1589, com a conquista de Sergipe por Cristóvão de Barros, criou-se um campo novo e vasto para a expansão do gado baiano. As manadas movimentaram-se rumo às novas terras, até alcançarem a margem direita do São Francisco, onde se espalharam e multiplicaram, a ponto de ter esse rio sido denominado, por muito tempo, "rio dos currais". Mais ou menos na mesma época operou-se movimento idêntico, menos acentuado, em Pernambuco. Em duas colunas, uma pela margem direita do São Francisco, a baiana, e outra pela esquerda, a pernambucana, espalhou-se a gadaria pela Bahia, Sergipe e Pernambuco, primeiro impulso do movimento expansionista que mais tarde atingiria todo o Nordeste.

 

Expansão e conflito. Os currais instalados junto das fazendas de açúcar, com o fim de atender ao funcionamento dos engenhos, cresceram rapidamente. À medida que se desenvolviam o pastoreio e a lavoura, tornava-se difícil a coexistência de ambos. A prosperidade da agroindústria do açúcar exigia vastas áreas para o espraiamento da cana. As desavenças entre criadores e senhores de engenho se amiudaram a tal ponto que, em 1701, para proteger as plantações, a coroa determinou o afastamento do gado num mínimo de dez léguas (sessenta quilômetros) da costa, onde se encontravam os canaviais, engenhos e mandiocais. Teve início assim o desbravamento das incultas regiões sertanejas. A Casa da Torre, na Bahia, erguida por Garcia d'Ávila, almoxarife de Tomé de Sousa, foi a mais poderosa força na expansão do gado, sobretudo na direção do Nordeste. Salientaram-se, nos anais de seus domínios territoriais, Francisco Dias d'Ávila e Antônio Pereira. Os Guedes de Brito foram outros criadores que ocuparam grande parte dos sertões baianos. Fator que não pode ser esquecido foram as jazidas de sal, os "barreiros do sertão", descobertas no vale do São Francisco, no Ceará e em Alagoas, que propiciaram a expansão da pecuária no Nordeste.

O gado e o ciclo do ouro. No princípio do século XVIII, com a descoberta do ouro, quando o gado já se assenhoreara de uma área imensa ao longo das ribeiras do São Francisco, a geografia do boi no Brasil ampliou-se de maneira considerável. Partindo inicialmente das margens do São Francisco, e depois de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão, o gado se espalhou pela região das minas, penetrando depois em terras mato-grossenses e goianas. Também do Rio Grande do Sul vinha gado para as minas, pelo caminho de Sorocaba.

 

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