História, perguntado por lohanlhn, 1 ano atrás

Como se dá a relação do príncipe e seus súditos para Maquiavel

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Respondido por wandersonslima
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Maquiavel não se preocupa com o ser "bom", mas com o "parecer bom" e com aquilo que "funciona". De fato, quando investigando sobre se o príncipe deve cumprir seus compromissos e honrar suas palavras, ele afirma que 

...um príncipe sagaz não deve cumprir seus compromissos, quando isso não estiver de acordo com seus interesses e quando as causas que o levaram a comprometer sua palavra não existam mais. (MAQUIAVEL, p. 173)
E ainda: "...é necessário que um príncipe saiba muito bem disfarçar sua índole e ser um grande hipócrita e dissimulador..." (p. 174), pois "...os seres humanos, de uma maneira geral, julgam mais pelo que vêem e ouvem do que pelo que sentem. Todos vêem o que pareces ser, mas poucos realmente sentem o que és." (Ibid., p. 176)
De fato, "...as pessoas comuns são sempre levadas pelas aparências e pelos resultados e é a massa vulgar que constitui o mundo." (Ibid., p. 176)
Logo no início eles nos aconselha que "...os homens ou precisam ser adulados ou esmagados, pois se vingarão dos pequenos erros e não dos graves. O dano que causar a um homem deve ser tal que não preciseis temer sua vingança." (Ibid., p. 55)
O príncipe deve atuar como raposa e como leão: ele deve evitar descuidar de sua dignidade perante a plebe e evitar mostrar sua origem humilde, quando for o caso, para não ser desprezado (seria por isso que tanta gente despreza nosso presidente Lula?).
Entretanto, evitar ser odiado não é tudo. O príncipe deve também fazer de tudo que puder para ser estimado. Algumas das melhores maneiras de se conseguir isso são: realizar grandes empreendimentos e exibir grandes virtudes; dar exemplos notáveis de sua administração interna; se mostrar sempre a favor ou contra alguém, nunca neutro; divertir o povo com festividades e espetáculos; estar sempre presente em assembléias de corporações e classes sociais, dando exemplo de afabilidade e magnificência, mas sempre preservando sua majestade e dignidade; etc.
Mas o príncipe não governa sozinho. Ele deve saber ouvir seus conselheiros para tomar sempre as melhores decisões. E quanto aos conselheiros, Maquiavel afirma que "do caráter das pessoas que o príncipe se faz rodear depende a primeira impressão que é formada sobre sua própria habilidade." (Ibid., p. 214) 
E entre as pessoas que se encontram próximas do principe, há sempre os aduladores, dos quais os príncipe deve se proteger. Para tal, é necessário pelo menos três atitudes de sua parte: fazer as pessoas entenderem que ele não se se sentirá ofendido se lhe for dito a verdade; autorizá-las a falar exclusivamente sobre o que lhe for perguntado, e nada mais; e desencorajá-las a dar conselhos quando não lhes for solicitado.
Essas são algumas das características que o príncipe deve possuir ou desenvolver para conquistar e manter o poder. Esta obra, a qual tem demonstrado e confirmado seu valor através do tempo, tem sido o livro de cabeceira de muitos homens de Estado ao longo dos séculos. Enquanto que a Ética e a Política, para Aristóteles, são indissociáveis, pois têm como diferença apenas o escopo do bem que cada uma almeja (a Ética está para o indivíduo assim como a Política está para a pólis), Maquiavel efetua essa distinção e demonstra que a ciência política é uma arte a ser aprendida.
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