Filosofia, perguntado por jsenhoraes, 1 ano atrás

Como Rousseau explica a ideia de que soberano e um ser coletivo?

Soluções para a tarefa

Respondido por Usuário anônimo
142

Olá!


A ideia de que o Soberano é um ser coletivo está presente em diversos filósofos iluministas, mas marca-se na perspectiva de filosofia adotada por Jean Jacques Rousseau. Para este filósofo, a soberania emanava dos cidadãos que compunham os votos da assembleia. A unidade é, portanto, obtida através da convergência de interesses explicitados na escolha das manifestações políticas compreendidas nas instituições de organização estatal.


abraços!



Respondido por jhessicald86
28
Na sua obra “Discurso sobre a origem da desigualdade”, Rousseau cria a hipótese dos homens em estado de natureza, vivendo sadios, bons e felizes enquanto cuidavam de sua própria sobrevivência, até o momento em que é criada a propriedade e uns passam a trabalhar para os outros, gerando escravidão e miséria.

Rousseau parece demonstrar uma extrema nostalgia desse estado feliz em que vivia o “bom selvagem”, antes de ser introduzida a desigualdade entre os homens, a diferenciação entre o rico e o pobre, o poderoso e o fraco, o senhor e o escravo e a predominância da lei do mais forte, com a passagem para a sociedade civil.

O contrato social, para ser legítimo, deve originar-se de um consentimento necessariamente unânime. Cada membro associado a esse pacto precisa abdicar sem reservas de todos os seus direitos em favor do Estado a ser criado, ao qual se subordinará.

Mas como todos abdicam igualmente, na verdade, ninguém perde, pois, como explica Rousseau, é um ato de associação que produz, em lugar da pessoa particular de cada contratante, um corpo moral e coletivo composto de tantos membros quantos são os votos da assembleia e que, por esse mesmo ato, ganha a sua unidade, seu eu comum, sua vida e sua vontade.

Em outras palavras, pelo pacto o homem abdica de sua liberdade, mas sendo ele próprio parte integrante e ativa do todo social, ao obedecer à lei, estará obedecendo a si mesmo e, portanto, será livre. A obediência à lei que se impõe a si mesmo é a liberdade.

Por conseguinte, o contrato não faz o povo perder a soberania, pois não é criado um Estado separado dele. Em suma, para Rousseau, soberano é o corpo coletivo que expressa, através da lei, uma vontade geral.

Perguntas interessantes