como os comerciantes conseguiam garantir o abastecimento dessas pessoas ao comércio na América?
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Resposta:
O comércio de escravos no Atlântico ou comércio transatlântico de escravos, também chamado de tráfico negreiro, ocorreu em todo o Oceano Atlântico entre os séculos XVI e XIX. A grande maioria dos escravos que foram levados para o Novo Mundo — a maior parte pela rota de Comércio Triangular —, eram membros de povos da África Ocidental, nas partes central e ocidental do continente, vendidos por outros africanos ocidentais para os comerciantes de escravos da Europa Ocidental ou capturados diretamente pelos europeus.
O número de pessoas trazidas foi tão grande que, antes do final do século XVIII, os africanos que vieram por meio do comércio de escravos tornaram-se os mais numerosos membros oriundos do Velho Mundo tanto no Norte quanto no Sul da América. Uma quantidade muito maior de escravos foi levada para a América do Sul em relação ao norte. O sistema econômico do Atlântico Sul era centrado na produção de culturas de commodities e produtos têxteis para vender na Europa. Aumentar o número de escravos africanos trazidos para o Novo Mundo foi crucial para os países da Europa Ocidental que, nos séculos XVII e XVIII disputavam entre si a criação de impérios ultramarinos.
Estima-se que 15% dos africanos morreram no mar, com taxa de mortalidade consideravelmente maior na própria África no processo de captura e transporte de povos indígenas para os navios. O número total de mortes africanas diretamente atribuíveis à viagens do período chamado de "Passagem Média" é estimado em até dois milhões; um olhar mais amplo em africanos mortos diretamente atribuíveis à instituição da escravidão entre 1500 e 1900 sugere até quatro milhões de mortes de africanos. Por duzentos anos, 1440-1640, traficantes de escravos portugueses tiveram um quase monopólio sobre a exportação de escravos da África. Durante o século XVIII, quando o tráfico de escravos transportou cerca de 6 milhões de africanos, os traficantes britânicos carregaram quase 2,5 milhões. O comércio de escravos é às vezes chamado de Maafa por estudiosos afro-americanos, o que significa "grande desastre" em suaíli. Outros, como Marimba Ani e Maulana Karenga, usam os termos Holocausto Africano ou Holocausto da Escravidão para se referir ao período.
O Império Português foi o primeiro a se engajar no comércio de escravos para o Novo Mundo no século XVI e outros logo o seguiram. Os donos dos navios negreiros consideravam os escravos como uma carga que deveria transportada para a América da maneira mais rápida e barata possível, para então serem vendidos para o trabalho escravo em lavouras de café, tabaco, cacau, açúcar e algodão, nas minas de ouro e prata, campos de arroz, de indústria de construção, corte de madeira e como empregados domésticos. Os primeiros africanos importados para as colônias inglesas eram classificados como "servos contratados" e também como "aprendizes para toda a vida". Em meados do século XVII, a escravidão tinha se consolidado como uma casta racial; os escravos negros e seus descendentes eram oficialmente uma propriedade de seus proprietários e as crianças nascidas de mães escravas também eram consideradas escravas. Enquanto uma propriedade, as pessoas eram consideradas um tipo de mercadoria ou unidades de trabalho e eram vendidas em mercados populares, ao lado de outros produtos e serviços. Os principais comerciantes de escravos do Atlântico, ordenados por volume de comércio, foram: os impérios Português, Britânico, Francês, Espanhol e Neerlandês, além dos Estados Unidos (especialmente a região sul). Eles estabeleceram postos avançados na costa africana onde adquiriram escravos de líderes africanos locais. As estimativas atuais são de que aproximadamente 12 milhões de africanos foram enviados através do Atlântico,embora o número de pessoas compradas pelos comerciantes de escravos seja consideravelmente maior.
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