Como ocorre a descontaminação do solo em ambos os casos?
Soluções para a tarefa
O tratamento de áreas contaminadas (área ainda recente de pesquisas)
tem se expandido devido à necessidade de prevenir novas tragédias, como a
ocorrida em Love Canal. Por ser uma área multidisciplinar, a compreensão dos
princípios de funcionamento e a avaliação da eficiência dos métodos de
tratamento de áreas contaminadas por vezes se torna difícil. Desta forma,
serão detalhados os tópicos considerados importantes para compreender a
situação atual da remediação de solos contaminados por derivados de petróleo
e também para a análise dos resultados obtidos neste trabalho.
3.1. O Solo
O solo é um sistema complexo composto por constituintes orgânicos e
minerais, habitado por diversos microorganismos que catalisam várias reações
importantes. A matéria orgânica no solo inclui plantas em decomposição e
compostos húmicos que foram sintetizados pela ação de microorganismos
sobre os resíduos vegetais. Os constituintes minerais incluem partículas de
rochas em decomposição, argilominerais e hidróxidos de ferro, manganês e
alumínio. As substâncias minerais e húmicas estão intimamente ligadas,
formando um complexo de adsorção coloidal essencial ao crescimento das
plantas, com os materiais húmicos favorecendo a retenção de umidade. Sem o
solo e a fauna microbiana que o habita, as plantas não crescem e não há
reciclagem dos nutrientes (ALLOWAY, AYRES, 1997).
Os solos superficiais, por receberem plantas em decomposição, têm
maior teor de matéria orgânica e abrigam maiores variedade e concentração de
microorganismos do que os solos mais profundos. Dentre os organismos
endógenos (naturais) presentes no solo, os fungos e bactérias são os principais
responsáveis pela decomposição dos restos de animais e plantas, ou dos
contaminantes orgânicos (ANDREWS et al., 1996).
Se por um lado o complexo coloidal do solo é necessário para a
manutenção de sua fertilidade, por outro lado ele dificulta a remoção de
poluentes, já que o solo retém eficientemente substâncias orgânicas, e
inorgânicas por diversos mecanismos desde a adsorção física até a formação
de ligações químicas relativamente fortes (CADENA, CAZARES, 1996; DELLE
SITE, 2001).
Dada sua complexidade, os solos apresentam grande variedade de
composição química e mineralógica, e conseqüentemente de consórcios
microbianos, de tal forma que, a aplicação direta de resultados de literatura de
uma região do planeta para outra nem sempre é possível (KOOKANA, R. S.;
BASKARAN, S.; NAIDU, 1998).
Além da variação de composição, a heterogeneidade física dos solos e
das suas propriedades de transporte dificulta o modelamento acurado do
destino e da taxa de decomposição de contaminantes no solo (SPARKS, 2001;
KHACHIKIAN, HARMON, 2000).