Como Jânio Quadros, presidente do Brasil, apresentava-se na vida política brasileira?
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O governo de Jânio Quadros durou apenas sete meses, sendo ele, por isso, o presidente da república que ficou menos tempo no poder. Apesar da curta duração, seu governo foi marcado por medidas esdrúxulas, como as proibições de rinhas de galo e do biquíni. Em um mundo bipolar como o da Guerra Fria, a política externa independente foi o principal destaque desse governo.
Em 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros renunciava à presidência alegando “forças terríveis” contra o seu governo. Esse ato inesperado provocou uma crise militar que, por muito pouco, não terminou em guerra civil.
- Características do governo Jânio Quadros
Quando Jânio Quadros assumiu a presidência da república, no começo de 1961, o mundo vivia a Guerra Fria, a disputa ideológica entre Estados Unidos e União Soviética. Essa bipolaridade influenciava as decisões governamentais, porém Jânio determinou que as relações externas do Brasil não seriam pautadas pela guerra, mas sim de forma independente, sem levar em conta as ideologias. Surgia assim a política externa independente.
Brasil poderia fazer acordos comerciais com países pertencentes aos blocos capitalistas e socialistas, porém essa independência poderia gerar ações contraditórias do governo brasileiro. Ao mesmo tempo em que se buscava, com os organismos econômicos internacionais, negociar a dívida brasileira ou contrair empréstimos para pagar as contas, o presidente Jânio Quadros condecorava Ernesto Che Guevara, um dos líderes da Revolução Cubana e um dos principais inimigos dos Estados Unidos.
Outra característica marcante do governo Jânio Quadros foi a publicação de decretos relacionados à moralidade e aos costumes. O presidente decretou as proibições de rinha de galo e do uso de biquínis em concursos de beleza e a premiação para funcionário público que ficasse 50 anos de serviço sem ter nenhuma falta.
No dia 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros enviou um bilhete ao Congresso comunicando a sua renúncia com a justificativa de que “forças terríveis” impediam-no de governar. Os parlamentares foram pegos de surpresa porque não havia motivos para tal ato extremado.
Explicação:
A renúncia de Jânio Quadros foi, na verdade, uma tentativa de golpe que não deu certo. O plano do presidente era obter amplos poderes, enfraquecer o Congresso e governar como um ditador. A renúncia era um pretexto para que a população saísse às ruas e pedisse a sua permanência. Supôs-se que o apoio popular lhe daria forças para obrigar o Parlamento a ser-lhe submisso.
O vice-presidente João Goulart foi enviado para uma missão diplomática na China, que, em 1961, era governada pelo comunista Mao Tsé-Tung. Estando em um país comunista, Jango seria impedido de governar, pois os militares não concordariam com isso. Até mesmo a data da renúncia foi escolhida de propósito: dia 25 de agosto é o Dia do Soldado, e a saída inesperada do presidente provocaria uma reação nos quartéis.
Apesar de o plano ter sido perfeito no papel, não se concretizou. Não houve comoção popular pela permanência de Quadros no poder. Brasília era capital federal, mas não tinha muita gente morando na cidade. Os parlamentares acataram o pedido de renúncia, apesar do abalo inicial com a notícia inesperada. Jânio Quadros embarcou para São Paulo, e, de lá, partiu para a Europa a bordo de um navio. O plano mirabolante do presidente teve consequências graves para a democracia brasileira.
Resumo sobre o Governo Jânio Quadros
- Jânio Quadros tomou posse na presidência da república em 1961 e governou por apenas sete meses.
- Política externa independente: relações diplomáticas com outros países sem interferência da Guerra Fria.
- Medidas moralistas: proibição do biquíni e das brigas de galo.
- Renúncia por “forças terríveis”, mas tentava um golpe para ter mais poder.