Como funcionava o cinema impressionista francês e o cinema expressionista Alemão?
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Cinema Impressionista Francês
Os cineastas contavam histórias através da linguagem universal das imagens, mesclando narração e visualidade, ou seja, a ênfase é dada ao componente visual em sua carga afetiva, poética e misteriosa, tendo sempre um significado.
A ação, assim como os personagens e a trama, não tem papel principal na narrativa e vai concorrer com os cenários e objetos em questão de importância. Os temas e histórias abordadas não tiveram grande relação entre um filme e outro, mas, assim como na pintura, dava-se mais importância ao cotidiano. A estrutura narrativa de certos filmes era bem específica e diferente, sendo que a continuidade dependia da combinação de elementos plásticos, rítmicos e retóricos com outros objetivos que somente narrativos, gerando certa descontinuidade espaço-temporal; ou seja, essa estrutura não era cronológica e linear, trazendo uma desconstrução da narrativa. A história deveria ser contada através de imagens e os intertítulos deveriam ser usados com menos frequência – com intuitos diferentes ao de apenas contar a história – ou seriam até suprimidos. Em Assassinato em Marselha (1921), de Louis Delluc, por exemplo, não há nenhum intertítulo no filme todo e parte da história é contada através da quebra da narrativa, estabelecendo contraste entre passado e futuro. Já em El Dorado (1921), de Marcel L’Herbier, os intertítulos não têm função narrativa, mas são usados de forma poética e, em A Desumana (1924), L’Herbier coloca as falas na tela junto à imagem dos personagens, como se fossem balões de diálogo
Cinema Expressionista Alemão
Os filmes expressionistas permanecem marcados por seus cenários e atuações extremamente estilizados, seu visual altamente contrastado e edição simples. A maior parte deles era gravada em estúdios, onde se podia usar iluminação e ângulos de câmera deliberadamente exagerados e dramáticos, para enfatizar algum aspecto particular dos personagens – medo, horror, dor, etc. Algumas das técnicas expressionistas foram posteriormente adaptados por diretores norte-americanos e incorporadas em muitos filmes de Hollywood.
Os filmes expressionistas alemães não apenas sintetizavam o contexto sociopolítico no qual foram criados, como também trabalhavam problemas intrinsecamente modernos de auto-aceitação e identidade, expressando um pouco do que se passava na consciência coletiva da época. Segundo J.P. Telotte, em ‘Expressionismo Alemão: Um Problema Cinemático/Cultural’ do livro Tradições do Cinema Mundial (2005), o movimento voltou seu foco ao “poder dos espetáculos” para oferecer ao público uma espécie de imagem metonímia de sua própria situação.