Português, perguntado por kakamilirosario1, 6 meses atrás

como evitar que naossos posicionamento sejam sustentado por ódio, desrespeito? explique​


dudammutti: não consigo ver a resposta, tem como escrever por aq?

Soluções para a tarefa

Respondido por slamankakakakj
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Resposta:

Sobre discriminação, preconceito e outras expressões da desigualdade.

Corrigir as desigualdades é um passo fundamental para que se construa uma sociedade mais justa. Isso implica rever as arbitrariedades seculares, estruturais e cumulativas que têm mantido os privilégios de um grupo em detrimento da difusão de direitos fundamentais para a totalidade da população.Já sabemos que a malfadada classe média brasileira se preocupa muito mais com privilégios do que com direitos e, considerando que as relações sociais deste País são profundamente marcadas pela escravidão, percebemos o quanto a manutenção de negros e negras, bem como de suas produções culturais (incluindo a religiosidade), em posições de subalternidade configura-se como um componente perverso nas formas de praticar a segregação e o racismo.

Só que no Brasil ninguém é racista, embora quase todos conheçam alguém que o seja. Na verdade, falta a boa parte dos brasileiros uma conceituação simples, elementar, que lhes permita reconhecer na prática situações de discriminação, preconceito e intolerância e outros tantos fatores relacionados ao racismo.

Discriminação, por exemplo, é sinônimo de separação e procura estabelecer diferenças entre as pessoas. É um componente básico das políticas de segregação, que visam afastar e isolar minorias raciais, sexuais ou religiosas, impossibilitando que participem da vida social de forma integral e em igualdade de condições.

Ao dispensar a determinado grupo tratamento pior ou injusto em razão de características étnicas ou culturais, de orientações sexuais ou nacionalidade e mesmo por condições físicas e vitais, como deficiências, envelhecimento ou doenças crônicas, comete-se um ato que quebra o princípio da igualdade, ou seja, uma discriminação.

Qualquer distinção que implique exclusão, restrição ou preferência é uma atitude discriminatória. Se for motivada por raça, cor, sexo, nacionalidade ou religião deve ser enquadrada na esfera criminal. Na prática, quando alguém é impedido de entrar em algum lugar ou de fazer algo por ser negro incorre-se num crime de discriminação racial.

Ao lado da discriminação temos o preconceito, que é uma opinião formada antecipadamente, sem base, sem ponderação e sem conhecimento dos fatos. Em outras palavras, é uma ideia preconcebida, elaborada sem uma análise crítica e fundada num sentimento desfavorável e generalizado ou numa concepção irracional e a priori.

O preconceito gera suspeitas, ódio, aversão a outras raças, crenças, povos ou orientações sexuais, impelindo a ações discriminatórias e hostis. Um exemplo corriqueiro é não se sentar no transporte público ao lado de uma pessoa vestida de branco e com insígnias de religiões afro-brasileiras ou segurar a bolsa com mais cuidado quando se depara com um negro ou uma travesti.

O conjunto dessas atitudes preconceituosas e discriminatórias constitui o que chamamos de intolerância. É como agem aqueles que não admitem opiniões divergentes das suas, tanto em relação a questões sociais e políticas, quanto a expressões de religiosidade ou sexualidade.

A intransigência de algumas denominações evangélicas em relação às religiões de matriz africana, por exemplo, tem fomentado uma série de violências, como invasão a terreiros e ataques a adeptos. São comportamentos que tentam reprimir por meio de coação e da força (inclusive midiática) doutrinas que esses segmentos desaprovam ou julgam ser falsas.

O fato é que vivemos numa estrutura social racista, que alinha discursos, olhares e ações para traduzir na prática as definições de discriminação, preconceito e intolerância, fortemente imbricadas, e determinar a manutenção das desigualdades e injustiças.

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