Como eram as pinturas romanas? Cite as diferenças entre os principais tipos de pinturas desse período da história da arte.
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Resposta:
As pinturas romanas, em grande parte afrescos, têmperas e encáusticas, receberam influencias etruscas, itálicas e gregas. Em Pompeia encontram-se grandes exemplos preservados de pinturas, especialmente as agregadas aos ambientes arquitetônicos públicos e privados (ver Domus italica). As pinturas nos ambientes se dividem em quatro estilos principais, configurando padrões decorativos, sendo eles: primeiro estilo, segundo estilo, terceiro estilo e quarto estilo. Para o momento, não serão abordadas as pinturas romanas cristãs, pois as mesmas serão citadas em um momento mais oportuno. Vitruvio argumenta que os antigos instituíram os princípios de acabamento imitando primeiro as variedades e aplicações das placas de mármore e, depois, as varias possibilidades de distribuição de cornijas, molduras e bandas separadoras.
Primeiro estilo de pintura: acontece desde os tempos republicanos no século II a.C., com influencias helenísticas. Remete à elementos estruturais e incrustações, como alvenarias e fiadas de blocos de pedra. Este estilo imita elementos com estuque em relevo, revestimentos de paredes em opus quadratum e placas de mármore, através de efeitos de pintura marmorizada (ver Tecnologias de construção e ornamentação romanas). Podem conter também representações de elementos arquitetônicos e estruturais, como colunas e pilares, de forma a organizar e dividir a superfície da pintura.
Segundo estilo de pintura: nas pinturas encontram-se elementos arquitetônicos ornamentais e estruturais, como colunas, pilares, cornijas e frisos, pintadas virtuosamente de forma ilusionista trompe l’oeil (enganar os olhos), substituindo o uso de estuques do primeiro estilo. São pintadas, como aponta Vitruvio, em perspectiva falsas portas, colunas, janelas e paisagens de jardins, portos, promontórios, rios, montanhas, naturezas-mortas e bosques, que porventura poderiam conter cenas mitológicas. De acordo com o arquiteto romano, no sétimo livro, o segundo estilo era a representação de vistas de edifícios e elementos arquitetônicos, compostas com cenas trágicas, cômicas e satíricas[2]. Em Pompeia, o segundo estilo está bem preservado na Villa dos Mistérios, e em Herculano, na Villa de Boscoreale. Como foi dito anteriormente sobre as villas (ver Villas), a Vila dos Mistérios é famosa pelos seus afrescos do triclínio, representado os Mistérios Dionisíacos ou ritos pré-nupciais. Outro afresco do segundo estilo recuperado são procedentes da Casa da Via Graziosa, em Roma, retratando cenas da Odisseia, em especial o ataque dos Lestrigões.
Terceiro estilo de pintura: do inicio da era imperial, se assemelha ao segundo estilo, porém elimina as pinturas ilusionistas de perspectiva e efeitos tridimensionais, apresentando estruturas planas chapadas monocromáticas, podendo se assemelhar a tapeçarias e planejamentos. No centro encontram-se cenas pintadas como pequenos quadros com cenas mitológicas e teatrais. São comuns ornamentos como mascarões, candelabros, figuras mitológicas e guirlandas. Em Pompeia, o terceiro estilo destaca-se na Casa de Casca Longus (ver Casa de Casca Longus).
Quarto estilo de pintura: surgiu no período da dinastia julio-claudiana e se assemelha ao terceiro estilo, com a inclusão de rebuscadas figuras fantásticas, como grifos e harpias, e arquiteturas imaginárias com grandes cenários, como se vê na Domus Aurea de Nero em Roma. O quarto estilo é o mais extravagante e rico dentre todos, agregando elementos dos demais estilos anteriores, porém mais decorativo, encontrando-se os marmorizados do primeiro estilo, as arquiteturas trompe l’oeil do segundo estilo e os quadros e ornamentações do terceiro estilo.