Como Darwin Explicou a sobrevivência dos ursos polares
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História
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Resposta:
A nova edição da Ubu do clássico A origem das espécies, de Charles Darwin se baseia na edição original do livro, de 1859, considerada a mais fiel às intenções originais do autor. Entre as mudanças feitas por Darwin da 2a a 6a edições, uma foi em um trecho que teorizava sobre os possíveis efeitos da seleção natural em ursos polares. A Ubu selecionou e traduziu um texto da revista The Public Domain Review, escrito por Michael Engelhard, que fala desse assunto.
Reflexões sobre os ursos polares, particularmente em relação aos seus primos que moram em florestas, desempenharam um papel importante, mas muitas vezes negligenciado, no desenvolvimento da teoria evolucionista.
Como qualquer bom estudante de ensino médio deveria saber, os bicos dos tentilhões de Galápagos (na verdade, os dos sabiás) ajudaram Darwin a desenvolver suas ideias sobre a evolução. Mas poucas pessoas sabem que o urso polar, também, contribuiu para sua grande teoria. Deixando sua mente correr solta no Origem das espécies, o homem acostumado a pensar em Éons criou a hipótese de “uma raça de ursos que se tornaria por seleção natural cada vez mais aquática em sua estrutura e hábitos, com bocas cada vez maiores, até que uma criatura surgisse, tão monstruosa quanto uma baleia”. Darwin baseou essa especulação em um urso negro que o comerciante de peles Samuel Hearne observou nadando por horas, com sua boca completamente aberta, predando insetos na água. Darwin pensou que se a oferta de insetos fosse constante e se nenhum predador melhor adaptado aparecesse, aquela espécie poderia muito bem se formar ao longo do tempo.
Abordagens sistemáticas a animais e seus respectivos nichos já há muito fertilizavam o cenário intelectual. Georges-Louis Leclerc, o conde de Buffon, em sua Histoire Naturelle (publicada em série entre 1749 e 1788) claramente distinguia um “urso terrestre” de um “urso marítimo”. Mas sua categorização de “urso terrestre” era ainda confusa: incluía um “urso branco da floresta” e também um urso marrom. Em uma publicação de 1754 de placas coloridas utilizadas na Histoire Naturelle de Buffon, seu urso branco terrestre é diferente de seu urso marítimo, claramente demonstrando o pescoço curto e características de fucinho de ursos marrons e pretos. Talvez o conde soubesse dos ursos pretos de cor branca da Colúmbia Britânica, os chamados “ursos-espírito” ou ursos de Kermode, que poderiam tê-lo confundido. (Outras contribuições de Buffon foram significantes. Ele descobriu o primeiro princípio da biogeografia, notando que, apesar de terem um ambiente similar, regiões diferentes têm plantas e animais distintos.)