Como a relação dos gregos com a religião ficava evidente em sua arte
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Religião na Grécia antiga diz respeito a um conjunto de crenças que se modificou ao longo dos períodos Minoico, Micênico, arcaico e clássico do mundo grego antigo e apresentou diversos aspectos. Até onde se sabe, os gregos não possuíam nenhum livro sagrado como a Bíblia. Nesse sentido, a religião na Grécia antiga é que não possuía dogmas, textos ou sacerdotes que orientassem ou monopolizassem a interpretação espiritual. Há autores, por outro lado, que afirmam haver profissões de fé individuais, que atribuíam um tom particular e característico no estudo da Religião grega. Cada pólis tinha preferência por certas divindades em seus cultos e ritos, mas compartilhavam com outras pólis algumas práticas em comum, como a realização de grandes festas, como as Dionisíacas. Os gregos valorizavam os rituais, pois acreditavam que deles dependia a sorte dos humanos. Os ritos giravam em torno do altar de sacrifícios, que tinham um caráter festivo — a própria palavra sacrifício, em grego antigo, significava também festa religiosa —, acompanhados de músicas, cânticos, jogos e competições. As relações de poder pertenciam ao núcleo da religiosidade grega e também se manifestavam nos rituais.
A religião era uma cosmogonia em que a vivência espiritual dos gregos se sustentava em crenças formuladas a partir de fenômenos que o homem não conseguia explicar. Nessa cosmogonia, os deuses não teriam criado o universo, mas seriam parte dele. O início do universo teria acontecido com o surgimento espontâneo do Caos, da Terra, do Deus inferior Tártaro e de Eros, força que possibilitava a união entre os seres. Na sequência, teriam nascido o Escuro e a Noite e seus filhos, o Brilho e a Luz. Da Terra, surgem o Céu, a Montanha e o Mar. Os doze Titãs, três Ciclopes e três hecatônquiros nascem do cruzamento entre o Céu e a Terra. É importante compreender que a religião na Grécia Antiga possuía conexão e ligação com todos os aspectos da vida das pessoas, seja na sociedade ou na política, cumprindo um papel para o indivíduo e outro para a vida coletiva. Nesse sentido, a religião contribuiu no desenvolvimento da literatura, na construção de santuários, na instalação de jogos e nas panegíricas pan-helênicas.
Outro aspecto importante sobre o conhecimento religioso diz respeito à questão do valor da poesia enquanto fonte puramente literária ou religiosa. A transmissão do mundo dos deuses entre os gregos, principalmente no período Arcaico, se apresentava pelo canto dos poetas, com apoio musical de um instrumento. O poeta pode fazer modificações ou interpretar de várias formas a revelação que recebe dos deuses, mas não faz isso de maneira aleatória, seguindo uma coerência imaginativa no âmbito do mito. Assim, insere-se na questão religiosa a mitologia, com sua ampla explicação do mundo e da natureza, rituais, ensinamentos morais e fatos políticos, mostrando a complexidade religiosa da Grécia antiga.
Quando se pensa em religião na Grécia antiga, é importante ter consciência de que a Grécia não era um país ou Estado — com fronteiras delimitadas, capital, idioma nacional, entre outros fatores. Na época, a Grécia era formada por várias organizações regionais e pólis, que costumavam concorrer entre si e que tinham semelhanças e diferenças, inclusive religiosas. Não existia um conjunto de crenças estruturadas e organizadas de maneira homogênea e praticada por todos os gregos. Apesar disso, é possível listar elementos que contribuíram para a formação do padrão religioso da Grécia antiga. São eles os elementos indo-europeus, tais como o culto a pedras, árvores e animais; os elementos pré-helênicos, principalmente minoicos e micênicos como, por exemplo, a infância de Júpiter e Ártemis caçadora; e os elementos orientais, tais como as figuras de Apolo, Afrodite, Hefesto e de muitos outros deuses menores. É importante ressaltar que o início dos jogos olímpicos, em 776 a.C., marca a presença religiosa na cultura grega .
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