Comente a caracterização de Édipo em Édipo Rei, de Sófocles, apontando trechos da peça que justifiquem seus comentários. Para fundamentar a argumentação, podem ser utilizados os seguintes textos críticos: “Herói”, de Bernard Knox (capítulo 1 do livro “Édipo em Tebas”), e “Sobre o mal-entendido acerca de Édipo-Rei”, de E. R. Dodds).
Soluções para a tarefa
Édipo é caracterizado como um herói virtuoso que reconhecendo o engano de ter matado seu pai e casado com sua própria mãe, ele decide se tornar cego e abandonar a cidade, em que ele era rei.
Quem foi Édipo Rei
Trata-se de um personagem da mitologia grega, personagem de uma tragédia escrita por Sófocles. Na lenda, Édipo é filho do rei Laio e Jocasta, ao consultar um oráculo, Laio descobre que seu filho irá matá-lo e tomar o seu reinado.
A fim de evitar esse destino, Laio se livra do seu filho que é criado por um casal de camponeses, quando adulto Édipo é colocado frente ao seu pai, os dois brigam sem saber ele acaba matando sem saber o próprio pai.
Anos depois ele chega a cidade de Tebas, onde se torna rei, e se casa com a ex-esposa do rei, Jocasta que e sua mãe, com a qual ele teve dois filhos e duas filhas, após saber da verdade Édipo abandona a cidade e cega-se.
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#SPJ4
Na tragédia clássica Édipo Rei, de Sófocles, a personagem Édipo é caracterizada de maneira multifacetada, é possível apontar, no entanto, a presença da ironia dramática como parte central na composição dessa tragédia e na caracterização dessa personagem.
Como Édipo Rei é caracterizado?
A ironia dramática consiste, em poucas palavras, na exploração por parte do autor de situações, tanto naturais quanto artificiais, nas quais um ou mais personagem ignoram o verdadeiro estado das coisas. Essa exploração pode ou não envolver o uso da linguagem com duplo sentido na criação poética e é bastante recorrente nos textos de Sófocles, como é o caso de Édipo Rei.
No texto em questão, Édipo é rei de Tebas. Ao longo da tragédia podemos perceber a caracterização dupla da personagem que culmina com a cena patética que retrata o momento de reconhecimento de sua origem. Nessa cena, Édipo acaba por mudar a percepção a respeito de si mesmo e dos acontecimentos que o acometeram ao longo da vida (hamartia), levando a personagem a cegar-se pelo sentimento de culpa como forma de expiação. Essa duplicidade de Édipo pode ser percebida especialmente no discurso das personagens, por meio do qual Sófocles utiliza a ambiguidade da linguagem em torno da tensão trágica.
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