Com o fim da URSS, como seria a reorganização mundial?
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Resposta:
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) entrou em colapso nos anos finais da década de 1980. Essa derrocada do Império Soviético está relacionada com o desgaste do modelo comunista de governo, implantado na Rússia em 1917 e difundido para outros países do Leste Europeu nas décadas seguintes, sobretudo durante o período do totalitarismo stalinista. O governo centralizador e coercitivo da URSS, a partir da década de 1970, foi se tornando incompatível com a realidade da globalização e da modernização tecnológica apresentada pelos países onde predominava a cultura política democrática e a economia de livre mercado.
Na virada da década de 1970 para a 1980, a URSS via-se na contingência de cortar gastos com guerras e com o fomento de outros países em que o modelo comunista instalara-se, como Cuba. A guerra travada no Afeganistão, país profundamente influenciado pela estrutura de poder comunista soviético na década de 1970, expôs a URSS a uma grande debilidade militar. Forças de resistência islâmica contra a “sovietização” afegã foram armadas e treinadas pelos EUA, mas também passaram a receber auxílio militar da China (que havia rompido com a URSS anos antes), o que conduziu o exército soviético a sucessivas derrotas.
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Foi nessa ambiência que houve uma nova eleição no Partido Comunista Soviético, em 1985, na qual foi eleito como novo líder Mikhail Gorbachev. Gorbachev ficou encarregado de promover reformas profundas na estrutura do Estado soviético, de modo a garantir a subsistência do regime. Entretanto, tais reformas, que receberam o nome de Perestroika (reconstrução), cujo modo de procedência seria a Glasnost (isto é, a transparência), acabaram por dar abertura para a implosão do regime comunista. Como diz o historiador Silvio Pons, em seu livro A Revolução Global – história do comunismo internacional (1917-1991):
“As reformas de Gorbachev fragilizaram tal papel [de garantir a legitimidade do comunismo internacional], sem construir alternativa crível e sustentável. Seu relançamento universalista desvelou a perda de significado do comunismo como sujeito no mundo moderno. O declínio do comunismo internacional patenteado nos anos 1960 revelava-se, assim, a premissa e o anúncio da crise profunda, destinada a acumular problemas de todo tipo. Era fundamentalmente uma crise de legitimação dos estados, do movimento e da cultura política comunista.” [1]
Gorbachev executou ações como a diminuição do auxílio a outros países comunistas (Cuba foi um dos mais afetados) e a retirada das tropas soviéticas da zona de combate no Afeganistão (abrindo mão, assim, da hegemonia sobre aquela região). Além disso, Gorbachev também tomou a iniciativa de firmar acordos com os Estados Unidos para a destruição em conjunto de certo número de ogivas nucleares, pondo fim a uma das principais características da Guerra Fria, a