Com base na charge acima e no texto lido sobre as reformas sanitaristas, responda:
Q fatores levaram a revolta da vacina, em 1904? Justifique
Soluções para a tarefa
Resposta:
A Revolta da Vacina aconteceu no Rio de Janeiro, quando ainda era capital do Brasil, entre os dias 10 e 16 de novembro de 1904. O povo insatisfeito protestou contra a Lei da Vacinação Obrigatória e também contra os serviços públicos prestados. A anti-varíola foi a vacina responsável por essa revolta
Explicação:
Espero ter ajudado!
Resposta:
A Revolta da Vacina foi uma revolta de caráter popular que aconteceu no Rio de Janeiro, em 1904. Sua motivação foi a insatisfação da população com a campanha de vacinação obrigatória contra a varíola implantada na cidade por meio de Oswaldo Cruz. Houve grande destruição material na cidade e saldo de 31 mortos.
Explicação:
Contexto da Revolta da Vacina:
No começo do século XX, a cidade do Rio de Janeiro, além de capital, era a maior cidade do Brasil, com uma população em torno de 800 mil habitantes. O crescimento urbano carioca aconteceu de maneira descontrolada no final do século XIX, sobretudo depois que a escravidão foi abolida e a economia cafeeira entrou em decadência naquele estado.
A grande quantidade de pessoas na cidade reforçou a habitação nas suas regiões centrais, mas, além disso, a cidade era entrada para milhares de imigrantes e tinha um porto importante em que centenas de embarcações atracavam. A concentração de pessoas em seus pequenos bairros e o fluxo de viajantes que passavam pela cidade permitiram que uma série de doenças ganhassem espaço nela.
A partir da segunda metade do século XIX, doenças como tuberculose, peste bubônica, febre amarela, cólera, varíola, entre outras, espalhavam-se frequentemente pela cidade, causando a morte de milhares de pessoas. No ano de 1891, por exemplo, o Rio de Janeiro tinha sofrido:
4454 óbitos causados por febre amarela;
3944 óbitos causados por varíola;
2235 óbitos causados por malária;
2373 óbitos causados por tuberculose.
Esses números repetiam-se ao longo dos anos e deixaram o Rio de Janeiro com fama de ser uma cidade “pestilenta”, o que afastava estrangeiros e produzia má impressão em relação ao Brasil internacionalmente. Ao longo do século XIX, médicos e especialistas debateram medidas sobre como resolver os problemas sanitários do Rio de Janeiro.
Muitos médicos acreditavam que os males da cidade eram causados pelos miasmas emitidos pelos pântanos nos arredores do Rio de Janeiro. Os miasmas eram basicamente, na visão da medicina da época, odores pútridos que rondavam os ares do Rio de Janeiro e contaminavam a população. A quantidade de residências coletivas e as ruas estreitas, além da geografia da cidade, impediam a circulação de ventos que reduziriam os efeitos desses odores.
Essa teoria, como sabemos, comprovou-se falsa, no entanto, as propostas de solução dadas pelos que acreditavam nas teorias miasmáticas permaneceram na mentalidade das elites brasileiras, e ideias de reforma do Rio de Janeiro ganharam força. Reformas que aconteceram em cidades como Paris e Buenos Aires serviram de inspiração para o caso carioca.
Essas reformas visavam a um embelezamento e modernização da cidade, além de promoverem sua gentrificação, expulsando os pobres das regiões centrais e forçando-os a morar em locais mais afastados do centro. Nesse contexto da reforma, Rodrigues Alves e Pereira Passos foram duas figuras essenciais.
Início da Revolta da Vacina
A insatisfação da população do Rio de Janeiro com a vacinação obrigatória foi muito grande, e um sinal disso foi a criação da Liga Contra a Vacinação Obrigatória. As motivações para a insatisfação são explicadas de diferentes formas pelos historiadores. Alguns levantam a questão da violência pela qual a reforma e a campanha sanitarista estavam sendo realizadas.
Outros levantam a questão da falta de informação da população, que temia os efeitos da vacina, sobretudo por uma série de boatos que se espalhavam. A situação ficou ruim quando vazou pela imprensa, em 9 de novembro de 1904, que uma série de restrições seriam estipuladas em lei para os cidadãos que não se vacinassem.
A população revoltou-se e foi para as ruas do Rio de Janeiro. O protesto iniciou-se em 10 de novembro, no Largo do São Francisco, e logo se espalhou por outras regiões da cidade. O momento mais tenso da revolta foi no dia 13 de novembro, quando houve confrontos muito violentos dos manifestantes com a polícia. Houve saques a prédios públicos, vandalismo pela cidade, e até troca de tiros entre polícia e manifestantes.
Durante a Revolta da Vacina, houve ainda mobilização de trabalhadores operários e, até mesmo, uma tentativa de golpe militar contra o presidente Rodrigues Alves, mas esse golpe fracassou. Rodrigues Alves foi aconselhado a fugir da cidade para proteger-se da multidão e dos golpistas, mas decidiu ficar no Rio de Janeiro.
Fim da Revolta da Vacina
No dia 16 de novembro, foi decretado estado de sítio, e polícia e o Exército foram mobilizados para reprimir os manifestantes. A última grande ação policial deu-se no dia 23 de novembro contra trabalhadores operários mobilizados. Ao todo, a Revolta da Vacina deixou 31 mortos, 110 feridos, quase mil presos e quase 500 pessoas degredadas para o Acre.