Cite semelhanças e diferenças entre as ditaduras militares chilena e Argentina?
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Acho que há dois motivos fortes nessa diferença de tratamento pós-ditadura.
O primeiro é que lá os militares literalmente caíram, desmoralizados, derrotados numa guerra contra a Inglaterra pelas Ilhas Malvinas. Aqui, os militares (Geisel e Figueiredo) conduziram, até à última gota, o processo de devolução do poder aos civis (inclusive batendo forte no bando torturador já a partir de 1975), e souberam impor condições, como a lei de anistia, e esconder documentos. Eu disse devolução do poder aos civis para não usar redemocratização, pois redemocratização com Sarney, Collor e Fernando Henrique Cardoso, mais o PMDB e o PFL (Demo) mandando, exige um excesso de elasticidade conceitual.
O segundo ponto é que na Argentina existe uma coisa chamada peronismo, que é uma força cívica determinante, atuante, de massa e que teve entre seus militantes a maioria das vítimas do regime militar. Aqui, os militares previdentes impediram que nosso "peronismo" (o trabalhismo varguista-janguista-brizolista, aliás anterior ao peronismo, que, este sim, parece ter copiado muito da linha de Vargas, que vinha dos anos 30, muito antes de Perón surgir no cenário político argentino) tivesse oportunidade de se rearticular, a ponto de a sigla PTB ser passada a um bando antivarguista-antijanguista-antibrizolis... O lugar foi ocupado pelo PT, um trabalhismo de alma diferente que não desagradou aos militares. E o PT tem outras prioridades.
Em suma, a sociedade brasileira não está mobilizada para o que chamaríamos de justiça cívica (ou vingança, na ótica militar), ao contrário dos argentinos. E mais incomoda aos nossos militares a busca aos torturadores, porque a maioria parece ter rejeitado engajamento em práticas cruéis, o que foi mais disseminado na Argentina e no Chile.
O primeiro é que lá os militares literalmente caíram, desmoralizados, derrotados numa guerra contra a Inglaterra pelas Ilhas Malvinas. Aqui, os militares (Geisel e Figueiredo) conduziram, até à última gota, o processo de devolução do poder aos civis (inclusive batendo forte no bando torturador já a partir de 1975), e souberam impor condições, como a lei de anistia, e esconder documentos. Eu disse devolução do poder aos civis para não usar redemocratização, pois redemocratização com Sarney, Collor e Fernando Henrique Cardoso, mais o PMDB e o PFL (Demo) mandando, exige um excesso de elasticidade conceitual.
O segundo ponto é que na Argentina existe uma coisa chamada peronismo, que é uma força cívica determinante, atuante, de massa e que teve entre seus militantes a maioria das vítimas do regime militar. Aqui, os militares previdentes impediram que nosso "peronismo" (o trabalhismo varguista-janguista-brizolista, aliás anterior ao peronismo, que, este sim, parece ter copiado muito da linha de Vargas, que vinha dos anos 30, muito antes de Perón surgir no cenário político argentino) tivesse oportunidade de se rearticular, a ponto de a sigla PTB ser passada a um bando antivarguista-antijanguista-antibrizolis... O lugar foi ocupado pelo PT, um trabalhismo de alma diferente que não desagradou aos militares. E o PT tem outras prioridades.
Em suma, a sociedade brasileira não está mobilizada para o que chamaríamos de justiça cívica (ou vingança, na ótica militar), ao contrário dos argentinos. E mais incomoda aos nossos militares a busca aos torturadores, porque a maioria parece ter rejeitado engajamento em práticas cruéis, o que foi mais disseminado na Argentina e no Chile.
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